Marcas chinesas são as que enfrentam mais dificuldades no Brasil

Consultoria especializada no setor automotivo diz que algumas montadoras recém-chegadas ao país sofrem rejeição do consumidor 

A MA8 Management Consulting Group, consultoria especializada no setor automotivo, acaba de elaborar uma análise detalhada sobre os problemas enfrentados pelas montadoras recém-chegadas ao país. Na opinião de Orlando Merluzzi, presidente da empresa, algumas marcas subestimaram as características do Brasil e quiseram implantar aqui o mesmo modelo de negócio de seus locais de origem.

“Agora elas enfrentam dificuldades em honrar compromissos assumidos e começam a olhar para as consequências de uma estratégia mal planejada e mal implantada”, afirma o executivo. Ele diz ainda que uma série de equívocos foram cometidos como a aliança com investidores locais sem vocação para conduzir seus projetos, gerando atrasos e riscos legais aos negócios, e planejamento e execução de ações administrativas e comerciais por conta própria, sem conhecimento do país.

“Temos sido procurados tardiamente por empresas que cometeram graves erros de planejamento estratégico, difíceis de serem corrigidos em curto prazo e com elevados custos”, relata Merluzzi. Para a consultoria, alguns dos newcomers trataram com displicência as exigências do mercado e depois surpreenderam-se com dificuldades diversas, entre elas fazer o cliente aceitar uma marca desconhecida.

Orlando Merluzzi

Orlando Merluzzi

Chinesas

Segundo a consultoria, as montadoras que mais enfrentam problemas no Brasil são as chinesas – apesar de a empresa não revelar quais são, sabemos que atuam por aqui Chery, Foton, Geely, Hafei, JAC Motors e Lifan. As razões são a rejeição do consumidor e desconhecimento dos chineses quanto à forma de se relacionar com parceiros comerciais e até mesmo com as pessoas nos costumes ocidentais.

“O problema ainda é cultural e esbarra no aspecto da confiança, pois a qualidade do produto chinês melhorou muito nos últimos anos. Mas ao contratarem serviços em outros países, os chineses utilizam o menor preço como fator de decisão e dessa forma, às vezes exigem 50% desconto e encontram fornecedores oportunistas que lhes entregam apenas 50% dos serviços”, analisa Merluzzi.

Para ter sucesso no mercado nacional, o presidente da MA8 Management Consulting Group garante que as novas montadoras precisam desenvolver seu planejamento financeiro considerando que o país possui mais de 90 tipos de taxas e impostos.

“O correto planejamento tributário é muito importante. Além disso, as margens de comercialização devem ser mais altas aqui do que as praticadas em outros países, para poder sustentar o investimento. Nenhuma nova empresa que chega conseguirá ser bem sucedida sem o apoio de especialistas locais em assuntos tributários, operações comerciais, gestão ambiental e questões legais”, finaliza o executivo.

 

 

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Renata Turbiani
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