Marcas chinesas falam sobre problemas na reposição de peças

Lifan admite contratempos durante operações iniciais, Chery desconversa e JAC Motors nega qualquer problema

Antes de comprar um carro, o consumidor deve pesar diversos aspectos para fazer a melhor escolha: valor, seguro, preço da revenda, potência… No caso dos veículos chineses, um ponto em específico tem chamado bastante a atenção dos clientes: a reposição de peças. Procuradas, Lifan, JAC Motors e Chery comentaram sobre o problema no pós-venda.

A Lifan admitiu que a reclamação dos consumidores realmente tem fundamento. “De fato isso aconteceu no passado, sobretudo quando nossa marca era operada por um importador independente”, diz Luiz Augusto Zanini, diretor de marketing da fabricante chinesa.

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Ele explica, no entanto, que desde que a montadora assumiu a operação de importação de peças para reposição, o índice de atendimento imediato no Centro de Distribuição de Peças, em Salto, no interior do estado de São Paulo, é de 92%. “Hoje, nossos indicadores mostram que estamos na média do mercado brasileiro”, afirma. O executivo ainda garante que o local atende qualquer pedido em menos de 48 horas.

A JAC Motors, por meio de seu diretor de assuntos corporativos, Eduardo Pincigher, rechaçou qualquer problema nesse quesito. “Não é definitivamente o nosso caso. Todo o sistema é interligado e permite, em um raio de 600 km, a entrega de uma peça de reposição na revenda em menos de 24 horas”, assegura. De acordo com ele, 90% da rede de concessionários pertence ao grupo.

Chery QQ (Foto: Divulgação)
Chery QQ

O estudante de administração Felipe Hachiya, de 23 anos, do Guarujá, no litoral de São Paulo, quase não acreditou quando ouviu que a troca de uma peça de seu carro levaria meses. Ex-proprietário de um Chery QQ, ele relatou ter tido uma experiência ruim com o veículo quando necessitou do pós-venda da empresa chinesa. “Sofri um acidente em 2011 e, mesmo o carro estando no seguro, as peças iriam levar cerca de quatro meses para chegar”, conta.  Hoje, dono de um Ford Fiesta, ele é taxativo: “Não compraria um carro chinês novamente”.

Questionada sobre o atraso, a Chery não admitiu problemas, mas informou que a empresa criou programas para o assessoramento do concessionário com o intuito de melhorar o atendimento ao consumidor. Sobre a reposição de peças, Luis Curi, vice-presidente da empresa no Brasil, limitou-se a dizer que “com a nacionalização cada vez maior dos componentes dos veículos, a Chery tem tudo para garantir um fornecimento de peças cada vez mais eficaz”.

Rodrigo LoureiroRodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.
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