Locadoras foram responsáveis por 30% das compras de veículos em 2022
No ano passado, as compras de veículos por parte locadoras atingiram um recorde de 30,1% de participação no mercado automotivo brasileiro.
No ano passado, as locadoras de veículos compraram 590.520 unidades de automóveis.
Locadoras de veículos projetam crescimento ainda maior neste ano
Com esse volume, as locadoras atingiram um recorde de 30,1% de participação no mercado automotivo brasileiro em 2022. O investimento do segmento de locação em frota totalizou R$ 55,2 bilhões. Em média, o valor gasto por veículo foi de R$ 93,6 mil.
Com as novas aquisições, a frota de aluguel de carros atingiu 1,434 milhão de unidades no ano passado, um crescimento de 26,2%.
Em anos anteriores, o segmento representava cerca de 20% da produção nacional. E segundo o presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Marco Aurélio Nazaré, essa fatia pode aumentar ainda mais em 2023 diante do enfraquecimento do varejo.
“A taxa Selic em 13,75% dificulta o cenário também para a indústria de aluguel de carros, que exige capital intensivo. Mostramos nossa capacidade no ano passado, quando a gente precisava renovar a frota. Para este ano, a expectativa inicial era de 450 mil carros licenciados”, disse Nazaré, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23).
“Mas entendemos que com a política comercial mais agressiva das montadoras, a acomodação do momento econômico e financeiro que vivemos e a possibilidade de redução acelerada na taxa Selic, podemos ultrapassar a demanda de 650 mil veículos”, completou o executivo.
A visão da Abla é de que a venda de veículos no varejo deve continuar enfraquecida diante de um ambiente de crédito mais restrito, o que abre a porta para as locadoras.
Anuário mostra que Stellantis lidera vendas para o segmento
A entrevista de Nazaré foi concedida para marcar o lançamento do Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos 2023.
O documento mostra a Stellantis no topo do ranking de vendas de automóveis e comerciais leves para o segmento de locação, com 211.009 veículos – o que corresponde a 35,8% do total comprado pelas locadoras em 2022. Em seguida, aparece a Volkswagen, com 97.974 unidades (16,6%).
O modelo mais emplacado por locadoras em 2022 foi o VW Gol, com 45.796 unidades.
O anuário apresenta, pela primeira vez, o recorte de licenciamentos em relação aos carros híbridos e elétricos. Em 2022, as locadoras emplacaram 3.309 unidades eletrificadas, o que representou um crescimento de 88,9% na comparação com os emplacamentos de híbridos e elétricos feitos no ano anterior (1.751 veículos). O total dessa frota chegou a 5.684 unidades.
Motos e caminhões apresentam crescimentos expressivos
Além dass 17.738 locadoras de automóveis ativas no Brasil, a Abla abriga 5.203 empresas que trabalham com aluguéis de motocicletas, ônibus, trailers, caminhões, reboques e similares.
Em 2022, essas empresas aumentaram em 275% os licenciamentos de motos, que saltaram das 7.737 unidades adquiridas em 2021 para 29.012 no ano passado. Com isso, a frota total de motocicletas no segmento chegou a 43.256 unidades.
As compras de caminhões também apresentaram crescimento expressivo. Em 2022, as locadoras emplacaram 8.180 novas unidades – um aumento de 38,9% em relação ao ano anterior. O total de caminhões pertencentes a locadoras chegou a 35.701unidades.
Em relação aos ônibus e micro-ônibus, a variação foi modesta. As locadoras compraram 1.851 coletivos no ano passado, um crescimento de 0,9% em relação às 1.835 unidades adquiridas em 2021. O total desse tipo de veículo somou 7.033 unidades ao final de 2022.
Empregos e faturamento do setor também melhoram
O total de postos de trabalho nas locadoras subiu 4,7% entre 2021 e 2022, avançando para 89.550. Além disso, principalmente em consequência do realinhamento de preços da locação e do aumento do número de empresas e veículos na frota, no ano passado o faturamento bruto do setor atingiu um recorde de R$ 36,8 bilhões, com crescimento anual de 56,6%.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.