Julho foi o melhor mês de vendas de carros desde dezembro de 2020
Sob os efeitos da MP do “carro popular”, a indústria automotiva colheu em julho o melhor mês de vendas desde dezembro de 2020. Em julho as vendas de veículos por parte das montadoras instaladas no País atingiram 226 mil unidades, com crescimento de 19% em relação a junho e de 24% na comparação ao mesmo mês do ano passado. Foi também o melhor resultado para um mês de julho desde 2019, no período pré-pandemia.
Vendas de carros positivas em julho contrastam com a queda na produção nacional de veículos
Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Por outro lado, a produção automotiva registrou uma ligeira queda de 3,3% no mês, resultado que não desagradou a entidade.
“A produção caiu muito em função de termos cinco fábricas em férias coletivas e quatro com layoff, para adequação da produção à demanda”, explicou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Segundo o executivo, essa retração já era esperada, pois a indústria havia acelerado a produção em junho para formar estoques com o objetivo de atender à demanda provocada pelos descontos que viriam a ser oferecidos no mês seguinte.
No acumulado do ano, a produção de 1,315 milhão de unidades está praticamente igual à dos sete primeiros meses de 2022, com alta de 0,3%. Crescimento está tendo o mercado interno, que acumula 1,224 milhão de unidades vendidas, 11,3% a mais que no ano passado.
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Márcio de Lima Leite declarou otimismo quanto à manutenção do bom desempenho nos próximos meses, pois a indústria observou que o mercado continuou aquecido nos primeiros dias de agosto. Segundo ele, o corte de meio ponto na taxa Selic, anunciado na semana passada, também contribuirá positivamente.
“A redução de juros terá efeito imediato, e também a médio prazo, sobre o mercado”, afirmou.
Exportações estão em queda
O pior indicador da indústria automotiva neste ano é o referente às exportações. Em relação a julho de 2022, o mês passado apresentou uma queda de 27,6%. A baixa na comparação com junho foi de 17,1%.
Destinos importantes para a produção nacional, como Colômbia e Chile, estão comprando muito menos neste ano – reduções de 44% e 40%, respectivamente.
Em compensação, o México elevou as suas compras em 142%, tornando-se, pela primeira vez na história o líder do ranking de embarques de modelos brasileiros, com mais de 83 mil unidades. O país da América do Norte superou a Argentina, que mantém os patamares de 2022 no comércio com o Brasil, que já estavam aquém do potencial do mercado vizinho.