Jetta R-Line incendiado em SP por ser rebaixado: o alerta sobre os limites da modificação automotiva

Incêndio em Jetta rebaixado em SP viraliza e reacende o debate sobre a segurança em modificações automotivas. Entenda os riscos de engenharia do rebaixamento, como a alteração da distância de cabos e mangueiras, e o que diz a lei do CONTRAN sobre a altura mínima de 10 cm.

As imagens de um Volkswagen Jetta R-Line rebaixado sendo consumido por chamas em São José do Rio Preto (SP) viralizaram, reacendendo um debate crucial: a busca pela estética através da modificação veicular pode comprometer seriamente a segurança e a engenharia do carro.

Jetta R-Line incendiado em SP por ser rebaixado

O veículo, de propriedade da influenciadora Evellyn (@ievellyns), foi completamente destruído, felizmente sem deixar vítimas. Enquanto a influenciadora busca arrecadar fundos para um novo projeto, o incidente joga luz sobre os perigos ocultos de alterações que parecem apenas visuais.

Rapidamente, a comunidade online apontou a suspensão modificada (seja ela a ar ou rosca) como a causa direta do incêndio. Contudo, é fundamental destacar que:

Ausência de Laudo: Até o momento, não há um laudo técnico oficial que determine a origem das chamas. Incêndios em veículos podem ter causas diversas: falhas elétricas de fábrica, vazamentos na linha de combustível ou superaquecimento mecânico.

O “Projeto” como Suspeito: No entanto, a presença de uma modificação complexa como o rebaixamento coloca o “projeto” na mira dos suspeitos, pois ele altera o design original e pode criar pontos de falha que a engenharia de fábrica não previu.

Jetta R-Line incendiado em SP por ser rebaixado – Foto: Reprodução/ @ievellyns

O perigo na alteração da geometria

Um veículo é projetado como um sistema de engenharia integrado, onde cada componente possui uma distância de segurança específica.

Ao rebaixar um carro, especialmente de forma extrema, a geometria da suspensão é alterada drasticamente, e com ela, o posicionamento de peças vitais:

Atrito e Rompimento: A redução da altura do solo diminui a distância entre o asfalto e partes cruciais que correm por baixo do veículo, como mangueiras de combustível, chicotes elétricos e linhas de freio. O atrito constante com o solo ou com o próprio chassi pode romper esses componentes.

Risco de Incêndio: Um vazamento de combustível ou o rompimento de um chicote elétrico (curto-circuito) próximo ao sistema de escape, que atinge temperaturas altíssimas, pode ser a fagulha para uma combustão descontrolada, como a que consumiu o Jetta.

A Lição: Rebaixar exige um trabalho de engenharia de alta precisão. Se o serviço não for executado por um profissional qualificado que garanta o isolamento adequado e a manutenção das distâncias de segurança (especialmente das linhas de combustível e elétricas), o risco de perda total (do patrimônio) ou de acidentes graves se torna real.

Como modificar o veículo dentro da lei

Para circular legalmente, as modificações de suspensão no Brasil são regulamentadas pelo CONTRAN. O rebaixamento é permitido, desde que:

  • Altura Mínima: O ponto mais baixo da carroceria do veículo esteja a pelo menos 100 mm (10 centímetros) de distância do solo.
  • Sem Atrito: As rodas e os pneus não podem tocar em nenhuma parte do veículo ao esterçar (virar o volante).
  • Regularização: O proprietário deve obter a Autorização Prévia do Detran, realizar o serviço com Nota Fiscal e, posteriormente, passar por uma Inspeção de Segurança Veicular (CSV) para que a modificação seja registrada no documento do veículo.

Circular com o veículo modificado fora dessas regras ou sem a devida regularização no documento é considerado infração grave, sujeita a multa e retenção do veículo.

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.