Jeep civil, CJ-2A completa 75 anos; modelo foi o primeiro a exibir grade dianteira com sete fendas

Sexta-feira, 17, o Jeep civil, CJ-2A completou 75 anos. O modelo foi o primeiro a exibir grade dianteira com sete fendas, marca registrada dos veículos.

Na última sexta-feira, 17 de julho, o Jeep civil, CJ-2A completou 75 anos. Lançado em 1945, o modelo também foi o primeiro a exibir grade dianteira com sete fendas, marca registrada dos veículos da marca até hoje. O CJ-2A não teve uma vida tão longa: sua produção durou quatro anos e terminou em 1949. No entanto, ele acabou dando origem à família CJ (Jeep civil) que seguiu até a década de 1980 e cuja tradição continua viva até hoje no Wrangler e na Gladiator.

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Modelo foi o primeiro a exibir grade dianteira com sete fendas | Divulgação

Jeep CJ-2A

Com 215 mil unidades fabricadas, o CJ-2A se parecia muito com o Jeep pioneiro, o Willys MB. No entanto, certas características o distinguiam: a porta traseira que, por sua vez, jogou o estepe para a lateral, os faróis maiores e a grade com sete fendas, duas a menos que no MB. Ele também contava com tampa de combustível externa, além de outros itens não incluídos no antecessor militar.

A transmissão T-90 substituiu a T-84 do MB, mas o motor “Go-Devil” foi mantido. Vários recursos do CJ-2A, como o sistema propulsor, a caixa de transferência Spicer 18 e os eixos flutuantes foram encontrados em diversos veículos Jeep nos anos seguintes.

Os anúncios da Willys da época divulgavam o modelo como um veículo de trabalho para agricultores e trabalhadores da construção. O CJ-2A podia ser equipado com assentos extras, tomadas de força para implementos agrícolas, guincho, removedor de neve e outras ferramentas. Outras opções ainda eram espelho retrovisor central, capota de lona, ​​guincho, elevador hidráulico traseiro, cortador de grama, limpadores de para-brisa duplos a vácuo, lanternas traseiras duplas, aquecedor, degraus laterais e protetor da escova do radiador.

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Modelo faz sucesso desde 1945 | Divulgação

Linhagem CJ

O CJ-2A ainda tem mais um destaque em seu currículo. Ele deu origem à família CJ, veículos off-road de carroceria compacta, construídos e vendidos por várias gerações sucessivas da Jeep por mais de 40 anos (de 1945 a 1986).

Em 1949 foi introduzido o segundo membro da linhagem, o CJ-3A, que passou a ter para-brisas de peça única e eixo traseiro mais forte, mantendo o motor original, de quatro cilindros com cabeçote em L.

O modelo foi atualizado em 1953, tornando-se o CJ-3B. Um ano depois, começou a ser montado em São Bernardo do Campo, em São Paulo, pela Willys-Overland do Brasil. Tinha grade frontal e capô mais altos que o antecessor militar, a fim de acomodar o novo motor de quatro cilindros Hurricane. O CJ-3B permaneceu em produção até 1968 e um total de 155.494 unidades foram fabricadas nos Estados Unidos.

Em 1953, a Willys-Overland foi vendida para Henry J. Kaiser por US$ 60 milhões. A Kaiser Company iniciou um extenso programa de pesquisa e desenvolvimento que ampliaria a gama de produtos Jeep. Dois anos depois, a companhia introduziu o CJ-5, baseado no M-38A1 de 1951, usado na Guerra da Coreia. Em relação ao CJ-3B tinha distância entre eixos e comprimento total maiores.

Na última sexta-feira, 17 de julho, o Jeep civil, CJ-2A completou 75 anos | Divulgação

Além disso, melhorias no motor, eixos, transmissões e conforto fizeram do CJ-5 um veículo ideal para o crescente interesse do público em veículos off-road. As linhas de estilo eram mais suaves, incluindo contornos arredondados da carroceria. Mais de 600 mil unidades foram contabilizadas até o final da produção em 1983, um dos maiores sucessos da marca Jeep.

No Brasil, o CJ-5 foi fabricado de 1957 a 1982. Houve também o CJ-6, com entre eixos alongado, introduzido em 1956 e produzido até 1975. Quase idêntico ao CJ-5, ele podia ter quatro portas e entre os brasileiros, ganhou o apelido de “Bernardão”, em referência à cidade paulista onde era fabricado.

Nos 16 anos de propriedade da Kaiser, fábricas foram estabelecidas em 30 países e veículos Jeep foram comercializados em mais de 150 nações. Em 1965, o novo motor V6 Dauntless foi introduzido como opção tanto para o CJ-5 quanto para o CJ-6. Com 155 cv, quase dobrou a potência do propulsor padrão, de quatro cilindros. Foi a primeira vez que um Jeep CJ pôde ser equipado com um V6.

No total, foram produzidos mais de 1,5 milhão de veículos CJ | Divulgação

Tradição

Em 1970, a Kaiser Jeep foi adquirida pela American Motors Corporation (AMC). Os veículos com tração 4×4 eram mais populares. Em 1978, a produção total de veículos Jeep chegaria a 600 veículos por dia – mais de três vezes a produção no início da década. A partir de 1973, todos os CJs tinham motor V8 da AMC, de 5 litros ou 5,9 litros. O CJ-5 e o CJ-6 receberam ainda eixos mais robustos, freios maiores e bitola mais larga.

A primeira grande mudança no design da Jeep em 20 anos veio em 1976, com o CJ-7. A distância entre eixos era 25 cm maior que o CJ-5 a fim de permitir espaço para uma transmissão automática. Pela primeira vez, o CJ-7 ofereceu teto de plástico moldado e portas de aço como opcionais.

O CJ-7 com entre eixos de 2,37 m e o CJ-5 com 2,12 m foram produzidos até 1983, quando a demanda pelo modelo maior deixou a AMC sem escolha a não ser descontinuar o CJ-5, após 30 anos de produção.

O Scrambler, introduzido em 1981, era ​​semelhante ao CJ-7, mas com maior distância entre eixos. Conhecido internacionalmente como CJ-8, estava disponível nas versões com teto removível ou com capota. Menos de 30 mil Scramblers foram fabricados até 1985, tornando-os extremamente populares entre colecionadores.

O Jeep CJ-7 foi substituído em 1986 pelo Jeep Wrangler, que trouxe mais tecnologia preservando o estilo tradicional, para seguir na mesma trilha. O modelo segue evoluindo no mercado até hoje, estando na quarta geração. Vale lembrar ainda que o CJ-8 tem na nova picape Gladiator, desde 2018.

No total, foram produzidos mais de 1,5 milhão de veículos CJ, mantendo não apenas o estilo básico de carroceria por 40 anos desde que apareceu pela primeira vez, como também a capacidade off-road e o espírito de liberdade.

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Escrito por

Erica Franco

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