Jac E-JS1 decepciona em testes do Latin NCap; veja resultado

Primeiro carro elétrico avaliado pelo Latin NCap, Jac E-JS1 não apresentou bons resultados nos testes de segurança; veja como foi

O Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe (Latin NCap) divulgou os resultados de uma nova rodada de testes nesta terça-feira (13). O órgão que avalia a segurança dos automóveis vendidos no Brasil e demais países da região testou pela primeira vez um carro elétrico, o Jac E-JS1, que apresentou desempenho decepcionante. Veja os detalhes a seguir.

Primeiro carro elétrico testado pelo Latin NCap, Jac E-JS1 tira zero estrela

Jac E-JS1 no teste do Latin NCap

Hatch elétrico chinês recebeu nota zero em segurança na avaliação do Latin NCap (Foto: Divulgação/Latin NCap)

O Jac E-JS1, tabelado a R$159.900, é um dos carros elétricos mais baratos do Brasil – ficando atrás apenas dos concorrentes Renault Kwid E-Tech (R$ 146.990) e Caoa Chery iCar (R$ 149.990). Nesta sexta e última rodada de testes do Latin NCap divulgados em 2022, o hatch subcompacto chinês foi o escolhido para estrear na categoria de veículos elétricos avaliados pela entidade.

Na avaliação do Latin NCap, o Jac E-JS1 – também conhecido como E10x ou E-S1 em outros mercados da região – ganhou zero estrela de pontuação nos testes (em uma escala que vai até 5 estrelas). O modelo foi avaliado nos testes de impacto frontal, impacto lateral, chicotada cervical e proteção de pedestres – o teste de impacto lateral contra poste não foi realizado pois o hatch não oferece airbags laterais ou de cortina.

O veículo, testado em versão com duplo airbag frontal (obrigatório por lei no Brasil), atingiu as marcas de 0% de proteção para o ocupante adulto, 6,3% para o ocupante infantil, 20,2% em proteção de pedestres e usuários vulneráveis das estradas e 6,9% em assistência à segurança.

No relatório técnico, o Latin NCap destaca que o Jac E-JS1 apresentou estrutura instável da carroceria e na região dos pés dos ocupantes dianteiros quando submetido ao teste de impacto frontal. A proteção para o tórax do motorista foi avaliada como “pobre”, o que, na visão da entidade, “significa uma alta probabilidade de ferimentos com risco de vida”. 

Jac E-JS1 no teste do Latin NCap

Jac E-JS1 apresentou estrutura instável da carroceria no teste de impacto frontal, segundo o órgão (Foto: Divulgação/Latin NCap)

Apesar disso, o hatch elétrico da Jac Motors ofereceu proteção “adequada” à cabeça do motorista e “boa” para o pescoço. No caso do passageiro dianteiro, as notas nos mesmos quesitos foram “boas”.

Outro ponto notado pelo Latin NCap na avaliação do primeiro carro elétrico testado pela entidade foi que o sistema de corte de emergência – para evitar o risco de choque elétrico após uma colisão – não funcionou na colisão frontal, o que cria “riscos sérios”. No impacto lateral, o sistema de corte geral indicou que foi ativado, mas o carro ainda tinha a bateria conectada e funcionando.

O que muda na avaliação de elétricos pelo Latin NCap

De acordo com o Latin NCap, o protocolo de avaliação dos veículos elétricos é o mesmo dos modelos com motores a combustão e tem foco na análise da proteção oferecida a adultos, crianças, pedestres/usuários vulneráveis das estradas e tecnologias de assistência à segurança.

A entidade ressalta que os veículos elétricos a bateria (BEVs) são consideravelmente mais pesados que o mesmo veículo com motor a combustão, o que impacta dinamicamente nos testes de colisão e dinâmicos (ESC e frenagem autônoma de emergência, por exemplo). Isso ocorre pela maior quantidade de massa (peso) e pelo diferente centro de gravidade. 

Para o Latin NCap, as estruturas dos carros elétricos devem ser desenvolvidas para manter a resistência à colisão mesmo com peso maior. Também deve haver reforços sob a carroceria, a fim de evitar danos às baterias ou qualquer outra fonte de energia para o trem de força elétrico. 

“A versão elétrica do Jac E-JS1, também chamado de E10X ou E-S1, é usada como táxi no México. O Latin NCap compartilha preocupações ambientais em todo o mundo e está alinhado com todas as iniciativas relevantes para reduzir as emissões de CO2. No entanto, isto não deve ser motivo para desconsiderar a segurança dos veículos. Não deve ser uma questão de ‘limpo ou seguro’, ambos os aspectos são relevantes e não devem competir um com o outro”, afirma o secretário geral do Latin NCap, Alejandro Furas.

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Gustavo de Sá
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Gustavo de Sá

Graduado em Jornalismo e pós-graduado em Comunicação Organizacional e Relações Públicas, possui 10 anos de experiência na cobertura jornalística do setor automotivo, com passagens por revistas e sites especializados em automóveis. Apaixonado por carros, é responsável por definir estratégias e garantir a ética e independência das notícias veiculadas no Garagem360.

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