Irmãos apaixonados por carros reformam Kombi e Fusca

Desde pequenos, os irmãos Robson e Robert Siqueira Donato, de 39 e 38 anos, respectivamente, vivem em meio a carros dos mais variados modelos e marcas – o avô e o pai deles sempre foram donos de oficina na capital paulista. Mas para eles essa proximidade com o universo dos automóveis não era suficiente, e ambos resolveram literalmente colocar a mão na graxa.

VW Kombi 1961 levou dois anos para ser restaurada; trabalho custou cerca de R$ 80 mil |Foto: Talita Morais/Garagem360

No caso de Robert, em 2014 ela comprou uma Volkswagen Kombi 1200 fabricada em 1961 e a restaurou totalmente. “Este é um veículo raro e difícil de encontrar no mercado”, conta. Para deixá-lo moderno e, ao mesmo tempo, manter o máximo de suas características originais, foram dois anos de trabalho.

Além de reparos na mecânica e na funilaria, o empresário, hoje sócio do pai na oficina, alterou a cor – inicialmente era azul e agora passou a ser cinza escuro–, mudou o estofado, colocou uma câmera de ré traseira e ainda instalou um rádio de visual retrô mas com entrada para iPod e USB.

“Quando fui buscar a Kombi, em Taubaté (interior de São Paulo), ela estava completamente deteriorada, com o motor jogado dentro dela. Aos poucos fui restaurando, comprando peças originais em sites nacionais e estrangeiros. Minha maior preocupação era deixá-la com a pintura lisinha, sem ondulações. Isso, de fato, é o que mais chama a atenção quando rodo com ela”, comenta Robert.

Na época em que adquiriu o veículo, o empresário desembolsou R$ 20 mil, e os gastos com as modificações chegaram a R$ 80 mil. Depois de pronto, ele recebeu propostas de venda que giraram em torno de R$ 200 mil. “Não tenho interesse de vender agora, justamente porque tenho uma paixão por modelos do tipo e também é uma forma de divulgar a minha oficina”, diz.

Na parte interna, a Kombi recebeu novo estofado, câmera de ré e um rádio com visual retrô e entrada para iPod e USB |Foto: Talita Morais/Garagem360

No futuro, a ideia de Robert é fazer mais algumas modificações na Kombi. “Pretendo rebaixá-la e colocar rodas de Porsche, já que ela ainda carrega rodas originais da Volkswagen”, complementa.

E por falar em rodas de Porsche, este é um dos itens que chamam a atenção no Volkswagen Fusca 1500 1973 de Robson Siqueira Donato, diretor de operações. O carro foi comprado por mais ou menos R$ 6 mil e, depois das transformações, já ofereceram R$ 35 mil.

“Sou apaixonado por Fusca desde pequeno, por isso, meu pai me deu de presente um modelo 1983 azul. Meu irmão também ganhou um, ano 1973. Ficamos com os carros por cerca de dois anos e, quando o Robert resolveu vender o dele, eu acabei comprando ele para mim, por ser mais antigo, e vendi o meu”, relata.

Foram três transformações, e durante esse tempo, o automóvel foi pintado de vinho, roxo e marrom, a atual cor. “Nesta última modificação fiz questão de trocar tudo. Coloquei rodas de Porsche, pintei o chassi, tirei a carroceria e substitui as borrachas. Gastei em torno de R$ 8 mil só em peças e acessórios, mas, se eu colocar na ponta do lápis os custos que tive com esse carro desde que o peguei, acho que chega a R$ 60 mil”, entrega Robson.

Fusca foi modificado três vezes e, só na última restauração, o proprietário gastou R$ 20 mil |Foto: Talita Morais/Garagem360

Legalize já

Para quem pretende fazer alterações como fizeram os irmãos Siqueira Donato, o primeiro passo é comparecer ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ou órgão de trânsito da cidade onde mora, solicitar uma autorização de modificação veicular e aguardar até que o órgão libere. Caso haja débitos pendentes, como multas e atrasos de pagamento, o veículo será reprovado e o condutor só conseguirá a validada depois que regularizar a situação.

O próximo passo é levar o carro em um mecânico de confiança e, assim que as alterações estiverem finalizadas, seguir com ele para uma das oficinas credenciadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Depois de tudo realizado, a última etapa é voltar ao Detran ou órgão de trânsito da cidade para receber um novo Certificado de Registro do Veículo (CRV). Este último processo todo é pago, e a taxa varia dependendo do estado – em São Paulo, por exemplo, custa R$ 163,63. Se o licenciamento anual ainda não tiver sido realizado, é preciso pagá-lo antes.

 

Escrito por

Talita Morais

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