Inflação ao motorista cresce com seguros em alta de 5,2%

O seguro automotivo é outro item que tem contribuído para a “inflação do motorista". Em abril, o item apresentou aumento médio de 5,2%.

Os custos de manutenção e uso de automóveis continuam em alta acelerada. Além do aumento dos preços dos combustíveis, que pode ser percebido no dia a dia, um outro item contribui para a “inflação ao motorista”: o seguro automotivo, que impacta em mais inflação ao motorista.

Em abril, os seguros tiveram um aumento médio de 5,2%, na comparação com março – se comparado com o mesmo mês de 2021, a alta chega a 17%.

Os números são relativos ao Índice de Preços do Seguro Automóvel (IPSA), apurado pela TEx, plataforma especializada em soluções online para o mercado segurador. O estudo aponta a variação mensal dos preços do seguro auto de acordo com gênero, região, faixa etária, perfil do segurado e idade do veículo. Veja os números, que chegam a preocupar.

 

Inflação ao motorista não para de crescer (Foto: Pixabay)

Inflação ao motorista com seguros tem alta de 5,2% e tendência é de mais aumento, avalia especialista

Para Genildo Dantas, gerente de inteligência de dados da TEx, um dos principais motivos é o aumento dos índices criminais. “Segundo os dados da Secretária de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) tivemos 11.751 veículos roubados e furtados no mês de abril deste ano, 31% a mais que em abril de 2020”, afirma.

O executivo destaca que o aumento progressivo do índice também é um reflexo do desarranjo do mercado de peças automotivas. “Estamos sofrendo com a falta e aumento de peças nos últimos meses”, explica.

Sinistralidade em alta

Está cada vez mais caro proteger o seu automóvel (Imagem: Ituran)

Os números do levantamento refletem os dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que apontam que a sinistralidade acumulada das seguradoras em abril de 2022 foi de 70% contra 63% dois anos atrás, antes da pandemia. 

A sinistralidade representa o percentual do prêmio que é utilizado para o pagamento de sinistros. “Uma sinistralidade de 70% quer dizer que para cada R$ 1,00 que é pago pelo cliente R$ 0,70 foram utilizados para pagar os sinistros. O restante é gasto com comissão, salários e outras despesas”, explica Dantas.

O estudo da TEx também traz informações quanto à evolução dos valores por gênero. O mês de abril se tornou o índice mais alto tanto para o gênero feminino, quanto para o masculino, durante um ano de comparativo. Se compararmos com o mesmo período do ano anterior, o índice feminino aumentou 21,3%, e o masculino, 14,3%.

O IPSA ainda destaca dados referentes a evolução dos valores por faixa etária. Em março, observa-se crescimento de forma geral. “Podemos observar que o índice aumentou para todas as faixas etárias no mês de março. Porém os jovens até 25 anos seguem pagando o maior percentual, chegando a 10,9% do valor do carro em seguro”, afirma Dantas.

Segundo dados de março, os nascidos entre 1990 e 2014, conhecidos como geração Z, podem pagar quase o dobro (8,8%) do que os nascidos entre 1943 e 1964, conhecidos como Baby Boomers (4,8%).

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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