História: relembre a trajetória da Ferrari F40, último supercarro que Enzo Ferrari construiu

Nesta semana a morte de Enzo Ferrari completou 30 anos. Falecido em 14 de agosto de 1988, o Comendador marcou a história dos carros.

Nesta semana a morte de Enzo Ferrari completou 30 anos. Falecido em 14 de agosto de 1988, o Comendador marcou a história dos carros ao fundar a fabricante mais icônica da história. O sucesso de seus modelos nas pistas ajudaram a construir a áurea mítica em torno da Ferrari. Para homenagear o fundador, nada mais justo que relembrar o carro definitivo da marca do cavalinho rapante, ninguém menos que a mítica F40.

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Quem é fã da marca talvez argumente que toda macchina é histórica. Porém, nesse caso, trata-se da maior de todas. A cereja do bolo. A história do esportivo começa, ainda que por vias tortas, em 1983. Nesse ano, surgiu a Ferrari 288 GTO, equipada com um motor V8 biturbo de 2,9l com 400 cv potência. Isso era suficiente para levar o carro aos 306 km/h, indo de 0 a 100 km/h em 5 segundos – números expressivos até hoje.

O problema é que ela não foi feita para ser um modelo de produção. Na realidade, era um veículo de homologação – por isso o nome GTO, de Gran Turismo Omologata, feito para competir no Grupo B da FIA. Para participar do certame, o regulamento exigia ao menos que 200 carros de rua fossem fabricados. Porém, devido a diversos acidentes, a categoria foi cancelada e a GTO não competiu nas pistas.

Supercarro definitivo

A essência da Ferrari era produzir carros de corrida. Por isso, até os anos 1970, mesmo os seus modelos de rua tinham desempenho acima da média. Enzo Ferrari acreditava que dessa forma seus compradores poderiam levar seus veículos para as pistas com o mínimo de preparação necessária.

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Conforme as competições foram se profissionalizando, esse cenário acabou mudando. Com isso, na década de 1980, a marca italiana estava distante de seus tempos de glória. A expectativa era que a 288 GTO ajudasse a marca a se restabelecer no topo da cadeia automotiva. Entretanto, embora tivesse um grande desempenho e fosse sucesso de público e crítica, os olhos do mundo tinham se voltado para o Lamborghini Countach e para o Porsche 959.

Este último foi lançado em 1985 e ofuscou completamente a GTO por conta de toda tecnologia embarcada. Era preciso um passo além para a Ferrari. Com isso em mente, Enzo reuniu sua equipe e decidiu fazer um carro à moda antiga. Sabendo que sua empresa não conseguiria competir com a modernidade do 959, resolveu voltar à essência do passado.

Para criar o supercarro definitivo, a empresa pegou emprestado a base da GTO e levou a um outro patamar. O objetivo era construir um carro que teria como principal atrativo o desempenho. Luxo não seria bem-vindo.

Nasce a Ferrari F40

Já que essa seria a Ferrari definitiva, então a Fórmula 1 também deveria emprestar a tecnologia. Dela veio o chassis tubular revestido de kevlar com painéis de fibra de carbono. Algumas partes da carroceria também utilizam este material. Tudo para aliviar ao máximo seu peso.

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Motorização: V8 central-traseiro longitudinal de 2,9l biturbo 32 válvulas de 478 cv a 7 mil RPM

Torque máximo líquido: 58,7 kgfm a 4 mil RPM

Transmissão: manual de cinco velocidades com tração traseira

Dimensões: 4,43 m x 1,98 m x 1,13 m (comprimento x largura x altura)

Distância entre-eixos: 2,45 m

Peso em ordem de marcha: 1.100 kg

Velocidade máxima: 324 km/h

0 a 100 km/h: 3,8 segundos

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A briga contra a balança também excluiu alguns itens básicos da F40. Ela não tem nem um milímetro de vidro na carroceria. Seu para-brisa e suas janelas são feitos em policarbonato. Faróis e a tampa do motor também utilizam este material. Não havia rádio, ar-condicionado e nem maçaneta para abrir a janela nos primeiros modelos, que tinham uma janela deslizante para refrescar a cabine.

Até as maçanetas internas foram removidas. Para abrir a porta é necessário puxar uma cordinha. O regime deu certo e a F40 pesa apenas 1.110 quilos. O mesmo que um carro popular, por exemplo. E toda a falta de luxo dela é esquecida ao girar a chave. Seu motor era uma evolução do da GTO. Também com 2,8l, o V8 biturbo rendia 478 cv e levava o modelo aos 324 km/h. Para chegar aos 100 km/h eram necessários apenas 3,8 segundos.

Lançada em 1987, a F40 tinha esse nome para homenagear os 40 anos de fundação da marca. Ao ser revelada ao mundo, ela conseguiu o que Enzo Ferrari queria: se tornou um clássico instantâneo. Sua produção inicial estava prevista para 400 unidades, mas mais de 1 mil saíram da fábrica de Maranello.

Passados 30 anos da morte de Enzo e 31 de seu lançamento, a F40 é até hoje apontada como o maior carro projetado pela marca. Por isso, merece toda a reverência.

Na galeria, confira as imagens da Ferrari F40 e de outros modelos históricos da empresa italiana.

 

 

 

Escrito por

Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

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