Grávidas ao volante

Abramet recomenda que as futuras mamães dirijam, no máximo, até o início do sexto mês de gestação

Ao descobrir que está grávida, é normal a mulher ficar insegura em relação a algumas atividades comuns do dia a dia, especialmente dirigir. Apesar de ser liberado, por ela estar com o corpo mais sensível, o ideal é que os cuidados sejam redobrados quando estiver dentro do carro, seja como motorista ou passageira.

Segundo Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a maioria dos ginecologistas não proíbe as gestantes de saírem de carro por aí se não houver nenhum risco patológico. Entretanto, a entidade sugere que elas não dirijam após o final do quinto mês ou começo do sexto mês gestacional.

“Recomendamos isso porque fatores como o barulho, por exemplo, podem repercutir negativamente na sua condição metabólica. O mesmo acontece com a vibração, que atinge o corpo inteiro da pessoa e pode prejudicar o feto”, explica Alves Junior.

Gestantes devem afastar os bancos do painel e usar cinto de segurança de três pontas | Foto: © Fernando Madeira – Dreamstime.com – Pregnant Woman Driving a Car

Ele ainda ressalta que o movimento de aceleração e desaceleração do veículo também deve ser evitado. “Esse processo faz com que o bebê fique agitado, já que está sendo balançado. Em alguns casos, também pode aumentar a frenquência cardíaca dele”, afirma.

Outro fator importante é que, quando estiver dirigindo, a mulher deve afastar o banco o máximo possível do volante (sem prejudicar o alcance dos braços e pernas). No caso de passageiras, o ideal é afastar até o limite máximo. “Isso é indicado porque em casos de acidente, o airbag pode disparar e comprimir a massa uterina causando lesões”, diz Alves Junior.

Cinto de segurança

Assim como todas as outras pessoas que andam de carro, as grávidas também são obrigadas a usar o cinto de segurança. Há uma lenda de que o acessório prejudica o bebê se houver uma colisão, mas o profissional da Abramet garante que, se usado de forma correta, o equipamento só traz proteção à mãe e ao feto: “A gestante deve posicionar a parte diagonal do cinto entre as mamas. Enquanto isso, a faixa abdominal deve ficar abaixo do útero, apoiada nas coxas”.

Se o ocorrer uma batida e acessório estiver mal posicionado, pode haver complicações como lesões uterinas, hemorragias, aceleração do trabalho de parto e até morte fetal. É importante lembrar que o cinto de duas pontas (abdominal) não é recomendado para gestantes. Por atuar somente na região abdominal, a pessoa acaba tendo o tronco lançado para a frente em caso de colisões ou freadas bruscas, e esse movimento faz com que o tórax se choque com as pernas e “esmague” o útero.

Além disso, as futuras mamães só devem sair com o carro se estiverem se sentindo realmente bem. O mesmo vale para aquelas que costumam sentir tontura ou até desmaiar vez ou outra. Também é importante evitar trajetos muito longos e procurar manter 100% da atenção voltada para a condução, especialmente porque na gestação os reflexos tendem a ficar mais lentos.

Escrito por

Maria Beatriz Vaccari

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