Golpe dos combustíveis: principais fraudes e o que elas causam

Golpe dos combustíveis: principais fraudes e o que elas causam. Postos má intencionados podem praticar irregularidades, saiba reconhecê-las

As fiscalizações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) revelam que ainda são muitas as práticas irregulares e as fraudes encontradas em postos de combustíveis Brasil afora. E não importa o tipo: se você abastece com gasolina, álcool, GNV ou diesel, deve ficar bem alerta para as práticas dos estabelecimentos desonestos, que aplicam o chamado golpe dos combustíveis.

Com informações do Instituto Combustível Legal, trazemos a seguir uma lista com os oito principais golpes que os postos desonesto aplicam no consumidor.

(Foto: Freepik)

Os 8 golpes mais aplicados nos postos de combustível

É preciso ficar muito atento. Dependendo do tipo de fraude, os danos causados a carros, motos e caminhões geram uma série de prejuízos no curto prazo – como, por exemplo, motor do veículo ficar “engasgado” – e no médio prazo – pode ocorrer a corrosão de partes importantes do motor.

  1. Bomba fraudada  Quando fraudada, a bomba mostra uma quantidade de combustível no visor, mas entrega quantidade menor no tanque. Por exemplo, o consumidor pode pagar por 40 litros, mas levar apenas 30.  A bomba pode ser reprogramada por meio de um chip, com acionamento por controle remoto, no momento do abastecimento. Segundo as normas federais, a variação aceitável para 40 litros de combustível abastecido é de 120 ml para menos ou 200 ml para mais. Variação superior a essa é golpe.
  2. Combustível batizado – Quando os combustíveis são misturados com outras substâncias químicas – a mais comum delas é o solventes –, isso causa prejuízos  ao motor do carro. Os solventes corroem as partes de borracha do motor e outras peças vitais, como as velas de ignição, a sonda lambda e até a boia do tanque. Dependendo do produto adicionado, os efeitos vão além e atingem a saúde do motorista, devido à inalação de produto tóxico.
  3. Excesso de etanol na gasolina – Postos de gasolina desonestos podem colocar álcool hidratado no tanque da gasolina de forma fraudulenta, trazendo problemas para o motor de carros movido a gasolina. A fraude afeta até mesmo os veículos flex, visto que o consumo de combustível acaba sendo mais elevado quando a mistura é feita de forma irregular. Pela norma atual, o teor de etanol deve ser de 27% quando misturado à gasolina comum e de 25% no caso da gasolina premium.
  4. Adição de metanol – A mistura do metanol com gasolina ou etanol é uma prática que traz grandes riscos. A legislação brasileira impede o uso do metanol como combustível devido, justamente, à sua alta toxicidade. O metanol pode provocar graves danos à saúde, como cegueira, problemas renais e hepáticos, e até mesmo a morte. A intoxicação pode ocorrer por inalação, ingestão, ou absorção pela pele. Outro risco do metanol é o seu alto potencial para queimar e provocar explosões. Sua chama é invisível, sem a presença de fumaça.
  5. Posto pirata – Este é o nome dado a um posto quando imita uma marca conhecida, copiando as cores das instalações, dos uniformes dos funcionários e outros elementos gráficos. O golpe se dá na forma de propaganda enganosa, visto que o motorista pensa que está abastecendo em um posto de marca confiável, mas os produtos vendidos ali são de outra procedência.
  6. Bomba de gás com pressão acima do permitido – Fiscalizações da ANP têm identificado, em diversas regiões do País, postos que vendem gás natural veicular (GNV) com pressão acima do percentual permitido (2%).
  7. Diesel adulterado ou fora da especificação – Outra irregularidade muito identificada pela ANP em fiscalizações é o teor de biodiesel abaixo do exigido. Esse valor, que tem variado ao longo dos anos, está atualmente em 10%. Outro problema recorrente é a presença de água e de sedimentos no combustível, fatores que interferem diretamente no rendimento do motor.
  8. Adulteração do Agente Redutor – O Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32) é um reagente químico usado em caminhões para reduzir a emissão de poluentes no ar. Seu uso é obrigatório para atender à legislação vigente, mas a fiscalização nas estradas encontra usuários dos chamados “chips paraguaios”, instalados nos veículos para trapacear as ações de fiscalização.

(Foto: G1)

Golpe dos combustíveis: misturas ilegais

Outra forma de fraude é a mistura do produto com outros reagentes químicos, prática que pode resultar em acidentes, pois o sistema inteligente dos veículos monitora o consumo de Arla 32.

Nas situações em que uma substância de menor qualidade é colocada no lugar do aditivo, ou quando ele não é usado, o sistema entra em um modo de proteção, que diminui a performance dos caminhões. Isso sem contar os prejuízos causados ao veículo que usa produto clandestino, que podem passar dos R$ 10.000.

(Foto: Freepik)

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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