‘Golpe do cheiro’ nos carros de aplicativo; entenda essa história
Você já ouviu falar do 'Golpe do Cheiro'? Os casos envolvendo este tipo golpe vem ganhando notoriedade aqui no Brasil.
Você já ouviu falar do ‘Golpe do Cheiro’? Os casos envolvendo este tipo golpe vem ganhando notoriedade aqui no Brasil. Isso porque várias passageiras já relataram o fato de passarem mal durante viagens em carros de aplicativo. Estes problemas estariam sendo causados por produtos químicos supostamente usados por motoristas. Entenda!
Tudo sobre o ‘Golpe do cheiro’
Os aplicativos de transporte ainda são opções interessantes de mobilidade. Várias cidades do Brasil contam com estes serviços. No entanto, nos últimos meses, o número de reclamações cresceram de forma considerável. Ainda mais se tratando de denúncias de pessoas que teriam sido vítimas do chamado ‘Golpe do Cheiro’.
Muitos casos começaram a ser relatados nos últimos meses nas redes sociais. Em muitos deles, as vítimas acabam passando mal durante viagens em carros de aplicativos. No caso, estas mulheres sentiam náuseas, tontura e fraqueza. Outro fato que se repete em vários relatos é que os carros estavam circulando com os vidros fechados.
“Meus olhos arderam imediatamente, assim como garganta, nariz e boca. Tive palpitação no peito e uma moleza como se estivesse sendo anestesiada.
Passei por uma cirurgia no dia 7 de junho, então lembro exatamente da sensação, de quando você vai apagar. Era um cheiro de éter”, disse Paolla Santana em entrevista à Revista Marie Claire.
A moradora da cidade do Rio de Janeiro contou à repórter Manuela Azenha que pediu para o motorista do Uber abrir os vidros e desligar o ar. No entanto, o motorista não fez isso e ainda ficou nervoso porque Paolla tentou abrir a porta. A carioca só conseguiu descer do veículo após uma viatura da polícia aparecer.
Ainda em entrevista à Marie Claire, Paolla contou que o policial também conseguiu sentir um odor forte vindo do unificador de ar. Casos assim também foram relatados em outros estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Mas o que pode estar causado este mal cheiro?
Especialistas entrevistados pela Revista ISTOÉ dizem que algumas substâncias, como éter, clorofórmio ou metanol, podem causar náuseas e fraqueza.
“Quando a conversa foi diminuindo, comecei a sentir esse cheiro muito forte e ardido. Parecia thinner ou acetona. Todas as janelas estavam fechadas, exceto a do motorista, que tinha abertura de uns dois dedos”, contou uma passageira identificada como Fernanda em entrevista à revista Auto Esporte.
“Me deu muita falta de ar e tontura. Também tive palpitações, pois tenho pressão alta”, concluiu.
Associação de motoristas fala em 9 casos; polícias de vários estados investigam
Pensando em números, Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (AMASP), conta que existem nove casos de acusações feitas por pessoas que teriam sido vítimas do ‘Golpe do Cheiro’. A Polícia Civil de São Paulo está trabalhando na investigação dos casos no estado.
A coordenadora das Delegacias de Defesa à Mulher do estado de São Paulo, Jamila Ferrari, disse à Marie Clarie que não foram encontrados indícios de que houve algum tipo de contaminação tanto nos veículos quanto nas passageiras. Mas as investigações continuarão.
“Não estamos ignorando. Queremos esclarecer essa história o quanto antes, saber se motoristas estão realmente tentando intoxicar passageiras.
É importante que as mulheres confiem na gente e denunciem, e também para que o delegado requisite um exame toxicológico o mais rápido possível para conseguir detectar a substância, porque ela se perde no organismo em pouco tempo”, contou Jamila Ferrari à repórter Manuela Azenha.
Do mesmo modo, no Nordeste, a Polícia Civil do Pernambuco está investigando os casos que aconteceram no estado.
O que as empresas dizem sobre os casos?
Mas o que dizem as empresas sobre as acusações? Sobre as denúncias, a Uber diz em nota enviada à Marie Claire que cuida “com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei”.
Além disso, cita o fato da Polícia Civil ter arquivado os inquéritos concluídos por não haver provas. Já a 99 diz, também em comunicado à revista, que a empresa “dedica seus esforços na prevenção, proteção e acolhimento de todos os usuários da plataforma, principalmente para as mulheres”.
Com informações de Revista Marie Claire/Revista Auto Esporte/Revista ISTOÉ
Jornalista graduado pela Universidade Metodista de São Paulo em 2017. Redator do Garagem360 desde 2021, onde acumula desde então experiência e pesquisas sobre o setor automotivo. Anteriormente, trabalhou em redação jornalística, assessoria de imprensa, blog sobre futebol e site especializado em esportes.