Fusca elétrico chinês mira o público feminino e acerta o machismo

Conheça os detalhes do Fusca elétrico chinês pensado para atrair o público feminino, porém, baseado em grandes estereótipos machistas.

A Ora, uma das marcas pertencentes ao grupo GWM, começou a vender essa semana no mercado chinês o Ballet Cat. Trata-se do Fusca elétrico chinês que tem o foco principal no público feminino. No entanto, alguns itens diferenciais do modelo são baseados em estereótipos que beiram o machismo.

Conheça os detalhes do Fusca elétrico chinês pensado para atrair o público feminino, porém, baseado em grandes estereótipos machistas (Foto: Divulgação)

Fusca elétrico chinês: ORA Ballet Cat é vendido na china em três versões com nomes bem peculiares

Desde o início das divulgações dos detalhes do Ora Ballet Cat, também conhecido fusca elétrico chinês, o modelo causou polêmicas. O seu design baseado no saudoso Fusca da Volkswagen causou reações inesperadas, uma vez que a “inspiração” é mais do que nítida.

No entanto, o carro que começou a ser vendido na China durante essa semana conta com uma série de particularidades que fazem com que a polêmica do visual do veículo baseado no carro alemão fique para trás, uma vez que outras características chegam a ser ainda mais excêntricas.

O modelo é ofertado em um total de quatro versões, onde todas possuem nomes que já revelam o público-alvo do produto. Entre elas está a Alice Edition, Nutcracker Edition (Quebra-Nozes) e a configuração topo de linha Sleeping Beauty Edition (Bela Adormecida). Os preços variam entre R$ 154.500 e R$ 178.500.

Com foco no público feminino, o carro conta com alguns assistentes que chamam atenção, porém, para o lado negativo.

O primeiro deles é o modo de condução intitulado de “Lady Driving”, ou seja, “Dama Dirigindo”. Com ele ativado o veículo mantém uma distância maior do carro à frente no comparativo com a distância normal adotada em outros veículos que não fazem diferenciação de gênero.

Carro começou a ser vendido essa semana, na China (Foto: Divulgação)

Além do modo de condução que apenas reforça o estereótipo de que mulheres têm mais dificuldades em dirigir, há também um outro item cujo a escolha do nome foi totalmente infeliz.

O “Warm Man Mode”, Modo Homem Quente tradução livre, faz com que o sistema de aquecimento do carro seja ativado na região da lombar para reduzir as dores provenientes das cólicas menstruais. A função chega a ser interessante, porém, o nome não foi bem pensado.

Fica o questionamento se houve uma opinião feminina ativa no desenvolvimento do modelo, ou se Fusca elétrico chinês desenvolvido pela Ora foi um projeto feito por homens que apenas deduzem o que as mulheres querem ou precisam.

É certo que o carro tem características interessantes, como o bom nível de espaço interno, por exemplo. No entanto, detalhes que tentam destiná-lo a um público em específico são o grande erro da montadora.

Na dianteira por exemplo, o veículo conta com um bom espaço que em qualquer outro veículo seria denominado de “porta-objetos”, mas no Ora Ballet Cat, é um local destinado para guardar maquiagem.

Carro conta com porta-objetos para guardar maquiagem (Foto: Divulgação)

Entre as tantas funções do carro tem uma que se destaca e chega a ser bem pensada. Trata-se do modo infantil, através dele o carro ativa uma temperatura agradável na segunda fileira, bem como uma câmera para monitorar a criança sentada no banco de trás. Porém, por que destinar a função ao veículo destinado “exclusivamente para as mulheres”?

Carro tem motor elétrico de 173 cv de potência

A mecânica é eficiente. O motor elétrico do veículo é capaz de desenvolver até 173 cv de potência e atingir velocidade máxima de 155 km/h.

O propulsor é alimentado por um conjunto de baterias, sendo que há duas opções disponíveis, uma de 401 km e outra de até 500 km de alcance, no ciclo CLTC.

Alcance pode chegar a 500 km (Foto: Divulgação)

 

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.

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