Fim dos carros populares no Brasil? Veja opiniões de especialistas

Será o fim dos carros populares? Para alguns especialista, o mercado não tem mais espeço para os carros mais básicos, entenda os detalhes.

Há alguns anos era possível comprar carros com preço inicial de R$ 40 mil, o que para a época, já era considerado caro. No entanto, para comprar um carro hoje, o consumidor deve estar apto a investir quase R$ 60 mil, o preço do veículo mais em conta atualmente. Dessa forma, será o fim dos carros populares? De forma geral, segundo alguns especialistas a resposta é um claro e simples sim, entenda os motivos.

Entenda os detalhes sobre o fim dos carros populares (Foto: Divulgação Renault)

O fim dos carros populares: por que está caro comprar um carro no Brasil

Comprar um carro no mercado brasileiro está cada vez mais difícil ao levar em consideração o constante aumento de preços. No entanto, para alguns especialistas, a ideia de “carro popular” não existe mais.

De acordo com o presidente da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Luiz Carlos Moraes,  a introdução obrigatória de sistemas de segurança, como os airbags, e outros fatores fazem com que os veículos de forma geral fiquem mais caros.

Além disso, para Moraes, outro detalhe que interfere no encarecimento dos veículos, é o próprio gosto dos brasileiros, que com o passar do tempo, ficou mais exigente já que esses preferem por veículos mais equipados.

“A sociedade não aceita mais esse tipo de veículo. Para cumprir as exigências, como redução de consumo e de emissões, é preciso mais investimentos e, por isso, os veículos ficam mais caros. O carro básico não vai existir mais”, afirmou Moraes.

Sobre esse tema, podemos trazer para a reportagem o exemplo do Renault Kwid, o atual carro de entrada do mercado brasileiro. A linha 2022, lançada há poucos dias, teve redução de versões. A configuração mais barata e menos equipada foi descontinuada. Segundo a própria montadora, a versão de entrada Life, representava apenas um pequeno percentual de vendas do subcompacto.

Fim do Volkswagen Gol é uma das consequências do novo cenário

Outro especialista que já opinou sobre o atual cenário foi Pablo di Si, líder do conselho de administração da Volkswagen. Para ele, questões como qualidade, conectividade e segurança são pontos cruciais para o consumidor atual, que anos atrás, privilegiava apenas o preço.

Nesse caso, esse fato pode ser justificado através do aumento de compra de SUVs compactos no mercado brasileiro. Em 2021 por exemplo, dos 10 carros mais vendidos, 5 foram utilitários esportivos, que demanda de mais conforto e tecnologia embarcada. Um cenário bem diferente no comparativo com 10 anos atrás, onde em 2011, dos 10 carros mais vendidos nenhum era SUV.

Carro mais vendido do Brasil por longos anos, Volkswagen Gol será descontinuado (Foto: Divulgação Volkswagen)

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Crise de semicondutores e matéria-prima mais cara também justificam os aumentos

Além do incremento de novas tecnologias e pacotes de segurança embarcados nos veículos, a crise automotiva de falta de semicondutores também fez elevar o preço dos veículos do ultimo ano, tendo em vista a baixa produção e a demanda em alta.

Outro fato que colabora para o maior aumento de preço, é a elevação do valor das matérias-primas que também ficaram mais caras, como o aço por exemplo. Dessa forma, o custo a mais para conseguir adquirir os materiais também foram repassados ao preço final do veículo.

O SUV mais vendido do último ano foi o Renegade (Foto: Divulgação Jeep)

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.

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