Fim de uma era: último Boeing 747 produzido é entregue

A Boeing entregou à companhia Atlas Air a última unidade do Boeing 747 da história, encerrando mais de meio século de produção do avião

A fabricante de aeronaves Boeing e a companhia aérea Atlas Air Worldwide reuniram milhares de pessoas – incluindo funcionários atuais e antigos, bem como clientes e fornecedores –, na terça-feira (31), para celebrar a entrega do último Boeing 747 da história à Atlas, encerrando mais de meio século de produção do icônico avião Jumbo.

Os funcionários da Boeing que projetaram e construíram o primeiro 747, conhecido como os ‘Incríveis’, voltaram a ser homenageados na fábrica de Everett, no Estado de Washington (EUA), onde a jornada do 747 começou.

Relembre a história do icônico Boeing 747, o avião Jumbo

Primeiro voo do Boeing 747 aconteceu em 1967 (Foto: Divulgação/Boeing)

Foram mais de cinco décadas de fabricação do avião Jumbo, desde a versão inicial 747-100, em 1967, até a mais recente geração 747-8, nas variantes de transporte de passageiros e de cargas. O primeiro voo foi realizado em 9 de fevereiro de 1969.

Como primeiro avião de corredor duplo (widebody), o ‘Queen of the Skies’ (Rainha dos Céus) permitiu que as companhias aéreas conectassem pessoas em grandes distâncias e oferecessem voos transoceânicos sem escalas. Seu desenvolvimento solidificou o papel da Boeing como líder do setor de aviação comercial. 

O design principal do avião, com sua distinta protuberância e assentos no andar superior, encantou gerações de passageiros e operadores. Essa ‘corcunda’ na parte superior frontal da fuselagem faz com que o Boeing 747 seja uma das aeronaves mais reconhecíveis do mundo. 

A ‘corcunda’ da aeronave foi desenhada para acomodar os passageiros de primeira classe – ou simplesmente para aumentar a capacidade de lugares, sendo também possível remover todos os assentos para a aeronave aumentar a capacidade de carga.

Com mais de 400 assentos, a versão original do 747 tinha duas vezes e meia mais capacidade de passageiros que o Boeing 707, considerado o grande avião comercial dos anos 1960. O Jumbo ostentou o recorde de capacidade de passageiros durante 37 anos.

A Boeing continuou a melhorar o design original com modelos como o 747-400 em 1988. Esta foi a versão mais vendida e usada comercialmente, oferecendo uma grande velocidade de cruzeiro subsônica de Mach 0,85 (até 917 km/h) ,com uma autonomia de voo de 13.450 km.

O modelo final foi o 747-8, lançado em 2005. “Em todos os modelos, o jato proporcionou economia operacional e eficiência inigualáveis para os mercados de viagens e carga aérea”, destaca a Boeing.

O ‘Incrível’ Joe Sutter foi homenageado no último Boeing 474 (Foto: Divulgação/Boeing)

“Este dia monumental é um testemunho das gerações de funcionários da Boeing que deram vida ao avião que ‘encolheu o mundo’ e revolucionou as viagens e a carga aérea como o primeiro widebody”, afirmou Stan Deal, presidente e diretor-executivo da Boeing, durante o evento de entrega da última aeronave à Atlas. 

“É apropriado entregar este cargueiro 747-8 final para a maior operadora do 747, a Atlas Air, onde a ‘Rainha’ continuará a inspirar e capacitar a inovação em carga aérea”, declarou.

“A Atlas Air foi fundada há mais de 30 anos com um único cargueiro 747-200 convertido e, desde então, percorremos o mundo operando quase todos os tipos de frota do 747. Somos gratos à Boeing por seu compromisso compartilhado com a segurança, qualidade, inovação e meio ambiente, e por sua parceria para garantir o sucesso contínuo do programa 747 enquanto operamos a aeronave nas próximas décadas”, disse John Dietrich, presidente e diretor executivo da Atlas Air Worldwide.

A última unidade do Boeing 747, entregue à Atlas, ganhou um adesivo em homenagem a um dos ‘Incríveis’, Joe Sutter, o principal engenheiro do projeto 747.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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