O CEO global da Fiat, Oliver François, revelou em entrevista que a fabricante vai unificar a gama entre os mercados do Brasil e da Europa. Atualmente, o portfólio de modelos da marca no País é quase todo formado por produtos exclusivos para a região. Entenda a seguir o que significa esta mudança.
Fiat terá a mesma linha de carros no Brasil e em países da Europa
Recentemente, o CEO global da Fiat, Oliver François, anunciou em entrevista cedida ao portal AutoExpress que a marca pretende desenvolver novos produtos globais que serão ofertados em todos os mercados, como a Europa e o Brasil.
Dessa forma, a montadora italiana abandonaria a atual estratégia de desenvolver produtos focados em determinadas regiões, como acontece atualmente.
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Hoje, o portfólio da marca no Brasil é composto por veículos regionais e desenvolvidos para o mercado local, como é o caso do Fiat Mobi, Argo, Cronos, Strada, Pulse, Fastback e Fiorino. Além do Brasil, a maioria destes modelos também é ofertada em outros países da América Latina.
No entanto, de acordo com as falas do executivo, pensar em modelos que foquem em apenas uma região torna a empresa menos lucrativa e competitiva.
“Não há como a Fiat se tornar regularmente lucrativa – e é lucrativa agora, mas nosso plano é que se torne cada vez mais – se não fundirmos nossas linhas europeias e sul-americanas”, explicou o CEO da montadora italiana.
Além disso, desde que a Stellantis foi criada, em 2021, com a fusão entre PSA e FCA, o grupo tem divido tecnologias e projetos entre as marcas, como é o caso do Peugeot Partner Rapid, baseado no furgão Fiat Fiorino, ou o trio Fiat Scudo, Citroën Jumpy e Peugeot Expert, que também compartilham o projeto.
Outro exemplo é a recente introdução do motor da Fiat, o 1.0 Firefly, que está em Argo e Cronos, à gama do Peugeot 208 e da nova geração do Citroën C3, por exemplo. Assim como acontece entre as marcas de forma regional, a Fiat pensa em usar mesma estratégia dentro do seu próprio portfólio, em diversas regiões.
Tais compartilhamentos de tecnologia servem justamente para fortalecer e tornar as montadoras mais competitivas na região.
Ainda de acordo com o chefão da Fiat, é possível que os modelos tenham pequenas diferenças entre um país e outro – algo como o Grupo Renault faz com o Kwid brasileiro e o Dacia Spring, por exemplo – porém, sendo de forma geral, o mesmo modelo do ponto de vista estrutural.
O início desta nova estratégia da Fiat de unificar a gama entre Brasil e Europa será beneficiado pelo uso da plataforma modular CMP (utilizada pelos novos C3 e 208, por exemplo), bem como a configuração elétrica desta base, a e-CMP (compartilhada por e-208 e e-2008).
Dessa forma, além do desenvolvimento de projetos compartilhados entre os mercados, a montadora pode desenvolver o mesmo carro com variantes elétricas, e ofertar o modelo em locais onde a tecnologia é mais avançada. Ao mesmo tempo, o carro pode ser vendido com motores térmicos em outros países, por exemplo.
Fiat Tipo iniciará nova fase da marca
Ainda de acordo com o CEO da Fiat, a nova geração do Tipo será a responsável por iniciar essa estratégia da marca. Atualmente um hatch médio na Europa, o modelo será transformado em SUV e deve ser apresentado entre 2024 e 2025. O desenvolvimento pode ser feito para atender a diversos mercados, incluindo o Brasil.
