Explosões de carros GNV: de quem é a “culpa”?

Para entidade, a falta de fiscalização é o principal fator responsável para o acontecimento de explosões de carros GNV.

De acordo com a Federação Nacional dos Organismos de Inspeção Veicular, a culpa das explosões de carros GNV é da falta de fiscalização que permite de carros irregulares circulem nas ruas e causem acidentes que podem ser fatais.

(Foto: GNV Anchieta)

Falta de fiscalização causa explosões de carros GNV

Recentemente dois episódios de explosão de veículo equipado com Gás Natural Veicular (GNV) aconteceram e alertam para a falta de medidas de segurança obrigatórias para o uso desse equipamento.

De acordo com a Federação Nacional dos Organismos de Inspeção Veicular (FENIVE), o aumento no preço dos demais combustíveis atrai novos consumidores para a conversão para o GNV e por isso a fiscalização deve ser reforçada, incluindo o atendimento nos postos.

Estados como o Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Goiás, já contam com legislações específicas que exigem que o motorista comprove o Selo GNV para abastecer o veículo.

De acordo com o presidente da FENIVE, Everton Pedroso, essas situações de explosão ocorrem por uma sequência de irregularidades.

“O proprietário do carro instala um equipamento irregularmente, nem sempre fazem a inspeção obrigatória e não regularizam o veículo e no posto não exigem a apresentação do selo do GNV no momento do abastecimento.

O posto tem a obrigação de exigir este selo, pois casos como esses de explosão podem acontecer se não estiver tudo dentro dos padrões do Inmetro”, explica Pedroso.

A conversão deve ser realizada exclusivamente em empresas credenciadas pelo Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e devem passar por inspeção técnica para receber o certificado de segurança veicular.

A legislação federal determina a inspeção veicular anual inicial e periódica obrigatória para a renovação do Certificado de Segurança Veicular (CSV).

A inspeção tem o objetivo de verificar fixação do suporte, se o cilindro está dentro da validade e se tem alguma avaria aparente, além de conferir o sistema de ventilação, o redutor de pressão, verificar pontos de possível vazamento, entre outras medidas que asseguram a qualidade da instalação do equipamento.

(Foto: Divulgação)

Após avaliação, o proprietário recebe o selo de inspeção, que comprova que o kit GNV, naquele momento, não apresentava vazamentos e que todos os componentes estavam dentro das normas de instalação e segurança previstas.

Porém, a falta de fiscalização permite que sejam feitas alterações no sistema GNV e até a instalação do kit de conversão clandestinamente.

“Há muitos proprietários que fazem a instalação de forma clandestina dos veículos e sequer passam por qualquer tipo de procedimento junto aos órgãos competentes, colocando em risco a vida das pessoas”, comenta Pedroso.

Por que é importante investir na instalação correta do gás natural

Antes de mais nada, certifique-se que a empresa responsável pela instalação tem boa reputação e está cadastrada no site do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Ao instalar o kit, observe se a tubulação que vem do cilindro está bem protegida, sem risco de exposição a choques com quebra-molas. Além disso, a válvula de segurança deve estar nova e em perfeitas condições de uso para acionamento em caso de vazamento.

Esses cuidados são extremamente necessários para garantir o propósito da instalação do kit GNV: trazer economia para o seu bolso, haja visto que o gás natural é muito mais eficiente (e barato) que os combustíveis tradicionais. Você pode fazer o teste e descobrir quantos quilômetros poderá rodar a mais com o GNV usando nossa calculadora, clicando aqui!

Legislação mais rígida é a saída para reforçar a segurança

Uma lei já em vigor – desde 5 de janeiro de 2022 – no Estado de Santa Catarina obriga os postos de GNV do estado a liberarem o abastecimento de veículos apenas por meio da identificação eletrônica e validação de autenticação do selo GNV, por intermédio de um chip. O chip está inserido no próprio selo GNV e entregue ao consumidor após a inspeção veicular.

De acordo com o presidente da FENIVE, essa deveria ser uma regra nos demais estados, pois garante um controle maior na qualidade dos equipamentos. Em Santa Catarina, os organismos de inspeção estão entregando o selo ao consumidor com o chip sem custo adicional.

(Foto: Visão PolitiKA)

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.

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