Existe hora certa para trocar de carro?

A partir dos 60 mil quilômetros rodados, as manutenções do automóvel ficam mais caras, e aí já é preciso começar a pensar na sua substituição

Apesar de os veículos serem projetados para ter uma vida útil longa, é comum, depois de certo tempo de uso, ter de levá-los com mais frequência ao mecânico – especialmente se as manutenções preventivas foram deixadas de lado. Quando isso passa a ocorrer, talvez seja o momento ideal para a troca, mas desde que você tenha condições financeiras para isso.

Outra dica para saber se chegou a hora de dizer tchau ao companheiro de quatro rodas é se os gastos com reparos e revisões ultrapassarem 10% do valor do seu valor. Além disso, como comenta Leandro Vanni, engenheiro de serviços da DPaschoal, após 60 mil quilômetros rodados, os serviços na oficina tendem a ficar mais caros.

“Normalmente, é a partir desta quilometragem que alguns componentes fundamentais para a segurança de todos a bordo, como os pneus, começam a apresentar desgaste acentuado”, diz o especialista. Amortecedores e correia dentada também entram nessa lista.

Além disso, se os danos chegarem à homocinética, módulos eletrônicos, alternadores e rolamentos de rodas é preciso cuidado. “Tratam-se de elementos com altos custos, inclusive de mão de obra”, afirma Cristiano Silveira, engenheiro mecânico e proprietário da Auto Mecânica Centro, de Santo André, na Grande São Paulo. O especialista diz ainda que, muitas vezes, o reparo nestes itens nem compensa, e aí, vender o veículo, certamente é a melhor escolha.

O que também pode indicar que é hora de substituir o automóvel é o próprio mercado automotivo. Como ela está cada vez mais dinâmico, muitos modelos são tirados de linha para dar lugar à veículos mais modernos. Nestes casos, é possível que você tenha dificuldade em encontrar algumas peças de reposição e até mesmo um comprador.

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Fazer as manutenções preventivas ajuda a prolongar a vida útil do automóvel|Foto: Divulgação

Quanto à desvalorização, claro que ela deve ser levado em conta, mas, de acordo Silveira, se o automóvel ainda não atingiu 60 mil quilômetros, não tem porque trocá-lo carro pensando apenas neste fator.

O proprietário da Auto Mecânica Centro explica que, logo após sair da concessionária, o veículo já carrega uma desvalorização entre 15% e 20%. “Mas é importante lembrar que esse processo é válido para os dois primeiros anos, depois disso, ela vai se estabilizar em torno de 10%”, acrescenta.

Prepare o bolso

Se você optar por vender o automóvel quando os problemas já estiverem acumulados, saiba que terá de baixar, e muito, o preço para conseguir um comprador, afinal, caberá ao novo dono realizar os reparos necessários – e a contar provavelmente não ficará barata.

Você também mandar fazer os consertos mecânicos e de funilaria antes de colocar à venda e, assim, valorizar o modelo. Os melhores resultados, no entanto, só serão conquistados respeitando o cronograma de manutenções preventivas. E a melhor forma de não perder os prazos é ficar de olho no manual do proprietário e também na quilometragem mostrada no marcador no painel.

LEIA MAIS: A importância da manutenção preventiva

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Talita Morais
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