Exclusiva: especialista fala sobre alta dos combustíveis e maneiras de economizar

Na última semana, a Petrobras divulgou reajustes tanto para a gasolina, quanto para o diesel. O aumento já foi repassado ao consumidor, que já vem enfrentando o problema há algum tempo. Dito isso, o Garagem360 apurou os fatos com especialista financeiro, que comentou a alta dos combustíveis. Veja os detalhes.

Alta dos combustíveis: consumidor brasileiro sente o impacto do reajuste

A Petrobras, na última quinta-feira, 10 de março, anunciou novos preços para a venda da gasolina e diesel, para as distribuidoras. Os reajustes são de 18,4% e 24,9%, respectivamente.

Dessa forma, desde o dia 11 de março, as distribuidoras passaram a pagar R$ 3,86 por litro de gasolina. Anterior ao reajuste o valor era de R$ 3,25. Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. 

Os reajustes também já foram repassados ao consumidor, onde há locais que o preço médio passa dos R$ 8 o litro. Segundo o último levantamento nacional da ANP, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, entre os dias 06 e 12 de março, o preço médio da gasolina era de R$ 6,683.

Diante desse cenário, a reportagem do Garagem360 conversou com especialista que explicou o motivo das altas. De acordo com o especialista financeiro da Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada, Samuel Torres, o preço do petróleo foi o fator responsável.

Segundo ele, a elevação da gasolina realmente é justificada através da elevação do barril de petróleo, pois o preço da gasolina é derivado diretamente do preço da commodity. O preço do barril do petróleo é cotado internacionalmente, de maneira que a Petrobras não tem poder sobre seu preço.

“Como a Petrobras precisa importar parte do petróleo que vende, caso a empresa não repassasse o aumento do preço do barril, ela estaria subsidiando o preço dos combustíveis, o que, no fim, sairia do bolso do cidadão que paga imposto, uma vez que parte relevante do capital da empresa é detido pelo governo e os consequentes prejuízos fariam com que fosse necessário um aumento de capital em algum momento.” Relatou Samuel.

Ele ainda ressalta que com uma política de preços que deixou de visar o lucro, os investidores privados não se interessariam em aportar mais dinheiro na companhia, de maneira que acabaria ficando para o governo utilizar o dinheiro do contribuinte para cobrir esse prejuízo, aportando capital na Petrobras.

Alta dos combustíveis deve permanecer até o fim da guerra na Rússia

Quando questionado se a alta dos combustíveis pode ser considerada passageira, o especialista afirmou que pelo fato dos aumentos estarem atrelados ao conflito no leste europeu, bem como às sanções impostas aos combustíveis russos, as altas permanecerão até que a guerra se resolva.

Alta dos preços influenciará em outros setores do cotidiano

Além da maior dificuldade em completar o tanque de combustível, as altas também influenciarão em outros segmentos do cotidiano, como custos de transporte, frete de mercadorias e serviços, tendo em vista a dependência brasileira do transporte rodoviário.

“Além de impactar o preço que o consumidor paga no combustível de seu veículo, também causa o aumento do custo do transporte, por exemplo, transporte público e apps, e também se refletindo no preço de praticamente todas as mercadorias, uma vez que a logística brasileira é muito dependente do transporte rodoviário.” 

Novos hábitos devem ser pensados para conter os gastos com combustíveis

Tendo em vista a nova realidade de preços, muitos motoristas se adaptaram e buscam por soluções mais econômicas, como diminuir a quantidade de vezes que usam o carro por semana ou procurando postos com preço mais acessível.

Sobre esse tema, Torres ressalta que as adaptações dependem da realidade de cada um, podendo haver possibilidades como passar a ir a pé ou de bicicleta para os destinos; ir de transporte público; combinar esquema de caronas e priorizar atividades em casa ou nas proximidades.

Real impacto do aumento não pode ser calculado, segundo especialista

Por fim, Samuel explicou ao Garagem360 que não é possível avaliar o real impacto do aumento de preços dos combustíveis, uma vez que os ajustes influenciarão em outros setores além do próprio combustível.

“O mais facilmente calculável é o cálculo do aumento do custo direto, ou seja, do aumento do preço da gasolina, dada a quantidade de quilômetros normalmente rodados e a eficiência do veículo de cada um.”

Sobre esse tema, o Garagem360 preparou uma reportagem com dicas de aplicativos que podem te ajudar a controlar os gastos com os combustíveis, confira.

 

 

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.