Aumento no consumo, maior espaço de frenagem e redução da vida útil; evite tudo isso apenas calibrando os pneus
Grande parte dos motoristas tem como hábito calibrar os pneus durante as idas ao posto de combustível. Já alguns outros, o ignoram completamente.
Grande parte dos motoristas tem como hábito calibrar os pneus durante as idas ao posto de combustível. Já alguns outros, ignoram completamente o procedimento. Porém, manter a pressão dos compostos na medida recomendada pelos fabricantes é fundamental para o bom funcionamento do veículo.
“Além de ser uma importantíssima medida de segurança, manter a correta calibragem dos pneus gera economia de combustível, pois faz com que a resistência ao rolamento seja minimizada”, afirma o gerente de assistência técnica da Continental Pneus, Rafael Astolfi. “Quando um veículo roda com pneus com pressão inferior ou superior ao recomendado pelo fabricante, sua vida útil pode ser reduzida em cerca de 20%.”
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Segundo Astolfi, andar com os compostos “murchos” prejudica também a estabilidade do carro. “A pressão insuficiente impede que a banda de rodagem tenha um contato total com o solo, sobrecarregando os ombros do pneu, ampliando a distância de frenagem e prejudicando, inclusive, o controle sobre a direção”, explica. A recomendação é que o processo seja feito semanalmente.
Assim como a baixa pressão, colocar mais ar que o aconselhável também pode gerar problemas. “Quando tem muito ar, o pneu fica mais tenso e pode estourar caso haja um impacto mais forte”, conta o gerente geral de engenharia de vendas da Bridgestone, José Carlos Quadrelli. “Além disso, pode ocorrer um desgaste maior na parte central, sendo também prejudicial. Por isso é importante seguir a indicação das montadoras.”
Para saber a medida correta para seu carro, basta conferir a etiqueta que informa os números ideais. Em alguns modelos, ela fica na porta do motorista. Em outros, na tampa do tanque de combustível. Se ela não estiver mais no veículo, será necessário consultar o manual de instruções.
Sempre há dois cenários informados. O primeiro, geralmente, indica quantas libras são necessárias para quando o automóvel rode com poucas pessoas e sem carga. Já a segunda, é para quando se está com o porta-malas lotado e com muitos ocupantes a bordo.
Temperatura
Contudo, antes de realizar o procedimento, alguns cuidados são necessários. “É recomendável que o motorista rode até 3 km até o local onde se pretende calibrar o veículo”, afirma Quadrelli. “Isso é necessário porque o pneu precisa estar frio, já que os fabricantes fornecem os dados nessa condição. Conforme ele esquenta, a tendência é que a pressão suba, perdendo essa referência da montadora.”
Para evitar surpresas desagradáveis ao utilizar o estepe, é fundamental também mantê-lo com a pressão ideal. “Muita gente esquece e na hora que vai usar, está vazio. Nesse caso, é sempre bom enchê-lo um pouco mais que o normal, para evitar esse tipo de problema”, afirma Quadrelli.
Troca do aro
Ao trocar a roda do veículo por um modelo maior, por exemplo, do aro de polegadas 13 para o aro de 15 polegadas, é necessário tomar alguns cuidados para não prejudicar a calibragem. “Se o diâmetro original for mantido, então é só seguir os números que foram determinados pela montadora do veículo”, declara Quadrelli.
Já o representante da Continental explica que nem sempre é possível prever um número exato de pressão nesse cenário. “As pressões de trabalho dos pneus são definidas pelas montadoras que desenvolvem os veículos. Se a montadora não previu o uso de rodas 15” neste veículo, provavelmente não fez testes dinâmicos com protótipos equipados com esta medida para estabelecer a pressão ideal. Sendo assim, fica impossível estimar a pressão correta para manter o mesmo nível de conforto, espaço de frenagem, segurança e dirigibilidade”, finaliza Astolfi.
Para mais detalhes, confira abaixo – ou aqui –, um vídeo especial do Garagem360 que lista os principais cuidados sobre este assunto.
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.