Europa irá zerar produção de carros a combustão; saiba como fica na América Latina

Veja como está a América Latina em relação ao fim dos carros a combustão e o desenvolvimento da frota eletrificada.

O segmento de carros elétricos segue em crescimento exponencial ao redor do mundo. A popularização dos modelos é incentivada por governos que dão incentivos fiscais e estipulam prazos para o fim dos carros a combustão, como o que aconteceu na Europa, por exemplo. Mas e a América Latina, como será?

Europa caminha para acabar com os carros a combustão (Foto: Pixabay)

América Latina encontra desafios para diminuir os carros a combustão e aumentar a frota eletrificada

O mercado de veículos elétricos tem crescido fortemente na Europa, especialmente por conta dos incentivos governamentais. Aliás, para mensurar o quão avançada a Europa está em relação à eletrificação das frotas, a LeasePlan montou o EV Readiness Index (índice de prontidão para veículos elétricos, em livre tradução).

Enquanto isso, países da América do Sul caminham a passos lentos e encontram diversos desafios para crescer, não apenas pelo custo mais elevado desses veículos, mas também pela fraca estrutura de pontos para abastecimento de energia.

Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea, atualmente os veículos eletrificados respondem por 2% do mix de vendas de veículos leves; em 2030, a previsão é de crescimento entre 12% e 22%; e, em 2035, cerca de 32%.

Parece uma boa evolução, mas ainda é muito inferior se compararmos, por exemplo, com países como Reino Unido, França e Canadá, que tem como meta zerar a produção de carros à combustão a partir de 2030.

Os incentivos governamentais são uma das principais formas para estimular a adoção dos VEs na América Latina como um todo. Porém, com os incentivos voltados para a produção de cana-de-açúcar no Brasil e de gás natural na Argentina, os veículos a combustão ainda seguem com forte presença na produção do mercado latino-americano.

Mas não podemos esquecer que, falar em veículos elétricos, é falar em meio ambiente e sustentabilidade.

Para pensar e ser mais sustentável, a mobilidade precisa traçar uma estratégia para reduzir as altas taxas de emissão de CO2 na atmosfera terrestre, e os países da América Latina não podem (e nem devem) ficar de braços atados enquanto outros países do Globo se movimentam para modificar esse cenário.

Parlamento europeu aprovou a proposta que visa a proibição dos carros a combustão no continente a partir de 2035 (Foto: Pixabay)

O cenário no Brasil não é diferente dos demais países da América Latina

Em julho, o mercado brasileiro atingiu o mercado de marco de mais de 100 mil veículos eletrificados. “Esses 100 mil são um grande destaque e mostram que o Brasil está no rumo certo, mas ainda falta muita coisa para a eletrificação avançar,” disse Adalberto Maluf, presidente da ABVE, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico.

No entanto, para que o segmento se popularize no país, é necessário o desenvolvimento de políticas públicas capazes de disseminar o uso da tecnologia em demais setores do transporte, uma vez que os veículos eletrificados, principalmente os 100% elétricos ainda atendem um mercado restrito ao segmento de luxo.

Para Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa de eletromobilidade que atua no país, o barateamento dos carros elétricos depende de dois fatores essenciais: escala de produção e políticas públicas que realmente façam sentido. Para ele, isenção de tributos, bem como de rodízio são fatores que não impulsionam a popularização do segmento.

“Se ficarmos do jeitos que estarmos hoje, duvido que em 2040 teremos um carro elétrico com preço acessível no Brasil. (…) Somos um dos 10 maiores mercados automobilísticos do mundo, temos parque nacional, temos essa características de fontes renováveis, 86% de geração de energia elétrica renovável.

Com essas características e a inclusão de políticas públicas de incentivo, teremos condições de popularizar o segmento.”

(Foto: Freepik)

 

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.

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