Carro elétrico brasileiro, Venturo é feito em fibra de vidro e chega a 60 km/h

O carro elétrico ainda está distante da realidade do Brasil. Entretanto, os estudantes da EESC (Escola de Engenharia de São Carlos) trabalham buscando por soluções mais sustentáveis no setor automotivo e a mais recentes foi a criação do carro Venturo. Feito de fibra de carbono e de vidro, ele pesa 25 quilos e chega a atingir 60 km/h, movido a energia elétrica.

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A EESCuderia Mileage é a responsável pela fabricação do Venturo. O grupo formado por 35 membros, entre professores e alunos da USP (Universidade de São Paulo) projetou o carro que tem capacidade para uma pessoa. De forma a deixá-lo mais leve e, consequentemente, com menor consumo de energia e bateria, o assento do veículo substitui o lugar do chassi. Dessa forma, o local do motorista passou a ser a base do carro.

O Venturo esteve na competição Shell Eco-marathon, no início de novembro, com parte da equipe da EESCuderia. O evento aconteceu no Rio de Janeiro e o carro disputou a categoria Protótipo, que tem como objetivo desenvolver novas tecnologias e, principalmente, utilizar recursos energéticos de forma mais sustentável. O estudante de engenharia mecânica João Guilherme informa que o veículo despertou o interesse dos jurados e de outras equipes, no entanto, teve problemas para correr na competição.

“Os jurados ficaram receosos quanto a segurança do banco-chassi. Ele foi feito de fibra de vidro e foi solicitado que fosse feito de carbono”. disse Guilherme. O estudante comentou que o receio de quem estava na banca era a perda de estabilidade do Venturo. Por conta disso, a equipe colocou barras de ferro para reforçar a segurança, mas isso elevou o peso do carro em sete quilos, fazendo com que ele não pudesse correr.

A mesma competição da Shell tem outra categoria, a de Conceitos Urbanos. Nesse caso, as novas tecnologias precisam ser aplicadas a um carro em situações reais e que, por exemplo, sigam as leis de trânsito. Segundo Guilherme, a EESCuderia mira essa competição no futuro, de forma a desenvolver os projetos e ser uma das locomotivas do grupo.

Outra iniciativa é ampliar a Semana de Eficiência energética, evento que ocorre uma vez ano ano, aberto à comunidade e com objetivo de orientar à população sobre medidas mais sustentáveis. Diante dos desejos da turma, para o professor Luis Carlos Passarini, orientador do grupo, todo o projeto vai além da competição. Ele está na academia há 29 anos e comenta que a Semana de Eficiência Energética já está no seu segundo ano. “Em 2017 o evento foi em setembro e atraiu mais a atenção da comunidade local”. O professor comenta que a ideia surgiu da própria equipe de alunos, como uma forma de amadurecimento sobre o papel de estudos para a sociedade.

“Estamos formando indivíduos com pensamento que vai além da sala de aula”, afirma o professor que também disse acreditar em um público chave que possa propagar ideias sustentáveis. Para Passarini, essas são pessoas que buscam por informações para mudar a realidade ao seu redor. Se esse grupo for atingido, a sociedade passa a sentir a diferença.

Guilherme também acredita no potencial para além dos muros da faculdade. “Queremos impactar a sociedade. Promovemos palestras abertas à comunidade que abordam, entre outros temas, a eficiência energética.”

Confira o álbum com os carros elétricos que já rodam pelas ruas:

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Thalita Ribeiro
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