Estes fatores devem alavancar o mercado de motos em 2023

Diante de perfis de consumo que cresceram desde a pandemia de Covid-19, dois fatores devem alavancar o mercado de motos em 2023.

As motocicletas voltadas para o uso urbano sempre dominaram a preferência do consumidor brasileiro.

Saiba quais fatores vão alavancar o mercado de motos em 2023

Projeção para vendas de motos em 2023 são otimistas (Foto: Divulgação/Brava Moto-GO)

Em 2022 representaram 75% das vendas, fatia que deve ser ainda maior neste ano diante de dois perfis de consumo que cresceram durante a pandemia de Covid-19 e devem alavancar o mercado de motos em 2023. Entenda a seguir.

A pandemia proporcionou uma explosão dos serviços de entrega de comida e de produtos adquiridos via online e consolidou a escolha pela motocicleta como principal meio de transporte nos principais centros urbanos do País.

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) projeta para este ano uma alta de 9% no volume de emplacamentos comparado a 2022 e atribui o prognóstico justamente a esses dois fatores. 

“O delivery e as compras pela internet continuarão ocorrendo em 2023, além da troca do carro pela moto por parte dos consumidores”, afirma José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave.

Os modelos Honda CG 160 e Biz 110i, que são os líderes de venda no segmento de duas rodas, abocanharam 58% do licenciamento total de motos no País no ano passado. Ambas são bastante procuradas como veículo de trabalho, especialmente nos serviços de delivery, pela maior agilidade no deslocamento que propiciam.

“Quanto mais a compra via online se desenvolve, mais a motocicleta é usada para fazer a entrega ‘last mile’ (conceito que consiste na etapa final de entrega do produto na casa do comprador)”, diz Marcello Macedo, diretor-geral da Honda Blokton, maior rede de concessionárias de motos do Paraná.

Evolução do delivery é um dos fatores que alavancam as vendas de motos (Foto: iStock)

Aumento no preço dos combustíveis também contribui para o aumento das vendas

Macedo vai na mesma linha de previsão da Fenabrave e acrescenta ainda que os aumentos de combustíveis, com a reoneração feita pelo governo federal, viram gatilho para atrair aquele consumidor que controla de perto o orçamento mensal.

“Muita gente já tem o automóvel, mas vai deixar de lado e partir para duas rodas como principal meio de transporte, pensando na economia com combustível, além do custo de manutenção e de aquisição bem menor em relação ao automóvel”, avalia.

Na visão do executivo, alguns consumidores vão começar a fazer cálculos de quanto irão desembolsar com o transporte público ou para abastecer o carro e então perceberão que o valor praticamente vai equivaler à prestação de uma motocicleta.

“Os valores das parcelas e das taxas de financiamento de uma moto são mais acessíveis do que a de um automóvel”, reforça. Além disso, um modelo de baixa cilindrada faz uma média de 40 km por litro, enquanto a de um carro de entrada gira entre 10 e 13 km por litro.

Tem também aquele consumidor que usa com frequência o transporte público, mas sonha em conquistar a liberdade da “primeira moto” para se locomover. Mesmo com as incertezas econômicas a curto prazo, a expectativa de Marcello Macedo é de “um ano com maior concessão de crédito a juros menores para impulsionar a economia, o que favorecerá o maior consumo”.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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