Especialistas comentam principais erros na hora da baliza

Falta de sinalização e de domínio do veículo são algumas das irregularidades

Simples para alguns, mas terrivelmente amedrontadora para outros, as balizas já se consolidaram como um desafio para muitos motoristas. O pânico da manobra é tanto que diversos condutores preferem passar um tempão rodando em busca da “vaga perfeita” ou então pagar estacionamento.

Caso da estudante Julia Mello, de 21 anos. Habilitada desde janeiro, ela ainda sofre para estacionar o carro na rua. Moradora de Santo André, na Grande São Paulo, ela se desloca todos os dias para a capital paulista, onde trabalha. E sempre que chega pena para encontrar um espaço para parar o automóvel.

Só que não pode ser um espaço qualquer. “Ele tem de ser grande e fácil de entrar”, explica. E isso é algo que, segundo a moça, é muito difícil de encontrar na região da Vila Mariana, onde é estagiária em um escritório de advocacia. O problema é que Julia não se sente segura o suficiente para encarar qualquer baliza. “Quando não acho uma boa vaga, acabo optando pelos estacionamentos pagos. É melhor pagar R$ 15 ou R$ 20 do que bater o carro, não é?”, calcula.

Erros comuns

Vagas apertadas representam um desafio para alguns motoristas | Foto: Divulgação
Vagas apertadas representam um desafio para alguns motoristas | Foto: Divulgação

Além da falta de segurança ou de experiência, algumas falhas cometidas durante a realização da baliza acabam deixando o motorista mais amedrontado e até traumatizado. Entre elas está a falta de domínio da técnica. “Um grande erro é controlar inadequadamente os pedais e o volante”, comenta Cristiano Alves, instrutor da empresa paulistana Dirigindo Bem, especializada em aulas de direção para pessoas já habilitadas.

Segundo o profissional, é preciso dominar o veículo completamente para realizar uma manobra deste tipo. “É um processo que envolve bastante coordenação motora, e os movimentos têm de ser feitos com cautela”, explica. Ele diz ainda que primeiro é necessário saber controlar o acelerador e a embreagem, para depois aprender como manejar corretamente a direção.

Esterçar o volante quando o automóvel está imóvel é mais um deslize constante dos condutores na hora da baliza, e que dificulta bastante a sua realização. “Mexer as rodas com o carro parado gera muito atrito do pneu com a via e isso acaba prejudicando-o”, afirma Alves. Ainda de acordo com ele, a transmissão, o câmbio e os próprios pneus podem ficar danificados com a ação.

Para João Paulo Paronetti, que atua como instrutor da autoescola Vip, de São Bernardo do Campo, também na região do Grande ABC, em São Paulo, a falta de sinalização é o erro mais comum nestas situações. “Muita gente esquece de dar seta na hora de estacionar, e isso não só atrapalha o trânsito, como deixa os outros condutores nervosos”, relata.

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E por falar em nervosismo, ele tem influência direta não apenas no desempenho do motorista ao estacionar, mas durante toda a condução. Ivani Teixeira, psicóloga e coordenadora do curso Psicologia no Trânsito do Centro de Estudos Avançados e Treinamento (CEAT), comenta que o trânsito atual é muito violento. “Os motoristas estão cada vez mais egoístas e individualistas.”

Impacientes, diversos deles acabam pressionando os que estão com dificuldades no trânsito, inclusive para estacionar o carro, deixando-os mais tensos. “Muitos condutores estão sempre com pressa e desejando que os outros também estejam, o que pode gerar reclamação e brigas”, conclui.

Vencendo o medo

Duas alternativas são válidas para acabar de vez com a insegurança na hora de parar o automóvel na rua. A primeira é procurar praticar em locais mais vazios, como garagens e ruas tranquilas. A outra é mais profissional e envolve matricular-se em uma escola para quem já possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Algumas delas até oferecem consultas com psicólogos treinados para ajudar os clientes a administrar problemas relativos ao trânsito.

Rodrigo LoureiroRodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.
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