Especialista fala sobre acidentes causados com carros autônomos
O desenvolvimento de configurações responsáveis pela tomada de decisão de carros autônomos pode ser mais difícil do que parece.
Os carros autônomos parecem ser o futuro. Hoje, diversas marcas tradicionais de carros e nomes recentes no mercado desenvolvem tecnologias que visam cada vez mais a autonomia veicular e a não necessidade de ação humana. Porém, o desenvolvimento de configurações responsáveis pela tomada de decisão dos carros pode ser mais difícil e envolve até mesmo aspectos morais.
Carros autônomos: decisões podem ser mais complicadas do que parece
Desenvolver novas tecnologias para os carros autônomos é um trabalho muito complexo. Cientistas e profissionais que atuam nesses projetos devem ser capazes de fazer com que os veículos possam tomar decisões difíceis até para o ser humano.
O doutor em ciências da computação pela Universidade de São Paulo, Diego Renan, levantou alguns desses pontos durante o The Developer’s Conference Business, uma das maiores conferências da América Latina.
Durante o evento o especialista afirmou que “O desafio é analisar tanto o que está acontecendo fora do carro quanto o que estão fazendo dentro dele”.
Nesse caso, ele ressalta que um dos aspectos mais difíceis é justamente como configurar decisões que envolvem desafios morais.
Outra dificuldade é além de identificar a presença de pedestres e demais objetos e veículos na via, é conseguir anteceder a ação deles com a intenção de evitar possíveis acidentes.
Como exemplo, um carro autônomo é capaz de identificar um pedestre parado próximo de uma rodovia, no entanto, ele ainda não tem capacidade total de anteceder uma travessia errada com a intenção de evitar um atropelamento, por exemplo.
Monitoramento do interior do veículo também é necessário
Outro fato comentado pelo especialista é a necessidade de monitorar o ambiente interno do veículo, uma vez que quase que a totalidade das imprudências cometidas por motoristas não são identificadas por autoridades de trânsito.
No entanto, se por um lado o sistema pode tornar a condução mais segura ao monitorar picos de cansaço do motorista – como já acontece – ou o uso de smartphone ou demais aparelhos eletrônicos no trânsito, por outro, o novo sistema pode ser visto como um equipamento que extingue a privacidade do motorista e demais ocupantes do carro.
Dentro do cenário onde as montadoras incluem cada vez mais tecnologias de conforto e comodidade para tornar o veículo uma “extensão da sala de estar de casa”, o monitoramento constante pode não ser bem recebido pelos proprietários dos carros autônomos.
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.