Especialista explica real impacto do ICMS nos preços do combustíveis
Especialista explica real impacto do ICMS nos preços do combustíveis no Brasil e fala dos aumentos nos preços e da "guerra" entre os poderes
Os impactos causados pela crise financeira devido à paralisação das atividades com a pandemia agravaram a inflação no território nacional. Assim, os preços dos combustíveis no Brasil sofreram elevação há décadas não registrada, trazendo, novamente à tona a necessidade de aplicações de uma reforma tributária na sua incidência.
Especialista explica real impacto do ICMS nos preços do combustíveis no Brasil
Os Estados, por sua vez, indicam como fator determinante o aumento causado pela Petrobrás – bem como, a gestão de políticas econômicas equivocada na esfera Federal.
“Sem adentrar no mérito qual ente estatal tem razão em seus argumentos, segundo dados da Petrobrás, de 2019 a 2021 o preço médio do combustível sem incidência dos impostos teve um reajuste de 59%, valor este justificado pelo aumento do custo da operação em todos os fatores de produção”, fala o advogado, que também é associado da Barroso Advogados e membro da Comissão de Direito Tributário da OAB/SP (Subseção de São Bernardo do Campo-SP).
Brasil tributa o consumo (15%) da produção do PIB e outros países, apenas 11%
O advogado ainda explica que o Brasil tributa, essencialmente, o consumo a qual representa 15% da produção do PIB. Enquanto a média da OCDE, de acordo com Lira, é 11% em outros países.
” No mais, o ICMS cobrado pelos Estados representam 2/3 da sua arrecadação em relação aos demais tributos de sua competência e os repasses da União, e o incidente sobre o combustível representa a fatia de 20% do arrecadado. Ademais, deste montante há repasse aos municípios que representa quase 30% da sua arrecadação se considerar os demais tributos de sua competência e os repasses da União“, ressalta Lira.
Para o advogado, não há como diminuir as alíquotas do ICMS, já que ele é a principal fonte de arrecadação dos Estados e dos Municípios na aplicação de recursos. Por exemplo, da saúde, segurança, educação e demais necessidades para gestão do Executivo. Isso porque o cerne do problema, conforme Lira, não está na sua incidência sobre o combustível, mas sim nas políticas orçamentárias e estrutural de arrecadação.
“Isto reforça ainda mais o fato de que uma reforma tributária nos patamares apresentados não resolverá o problema do preço do combustível e da justiça fiscal no âmbito nacional, sem antes realizar uma reorganização administrativa, com a unificação dos entes federativos que não são autossuficientes e dependem necessariamente de repasses de outros entes para se manterem”, conclui o especialista.
Jornalista por formação com mais de 15 anos de experiência em redação geral e automobilística. Passagens pelo caderno "Máquina e Moto" do Jornal Agora São Paulo, Folha online, Jovem Pan, Uol, Mil Milhas, Revista Consumidor Moderno, Portal No Varejo, entre outros. Atualmente dedica-se a função de editora do portal Garagem360, apurando notícias do universo automotivo e garantindo o padrão de qualidade dos conteúdos veiculados.