Dia Internacional da Mulher: 1ª brasileira na W Series, Bruna Tomaselli celebra vaga e confia no potencial da categoria para seu futuro

Aos 22 anos, a catarinense Bruna Tomaselli conseguiu um importante passo na carreira. A pilota foi confirmada no grid da segunda temporada da W Series, categoria que visa dar mais visibilidade às mulheres no automobilismo. Após passar três anos em território norte-americano, onde competiu na USF-2000, a brasileira agora vira a chave e já se prepara para guiar nos autódromos europeus.

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Bruna Tomaselli: carreira

Depois de tentar a vaga no início deste ano para a primeira temporada da W Series, Bruna voltou para os Estados Unidos e fez sua melhor temporada na USF-2000, encerrando o campeonato em oitavo lugar.

“Como era um campeonato bem competitivo, me preparei bem durante esse ano todo. Esse processo é fundamental para qualquer piloto. Agora vou intensificar ainda mais o treinamento na academia, no simulador e andando de kart”, disse a pilota para o Garagem360.

Primeiro degrau na vida da maior parte dos pilotos, o kart segue presente no dia a dia de Bruna. Ela começou a competir com este veículo aos sete anos – e mesmo estando em campeonatos de monopostos, ainda utiliza o kart para aperfeiçoar a sua pilotagem.

Aos 15 anos, a competidora migrou para a Fórmula Júnior, disputando campeonatos no Rio Grande do Sul. Depois partiu para a Fórmula 4 Sul-Americana, pilotando no Brasil, Uruguai e na Argentina. “Fiquei cerca de dois anos nesta categoria. Em 2017, migrei para os Estados Unidos e entrei na USF-2000”, conta Bruna.

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Essa foi a primeira grande mudança na carreira da pilota. “O que mais muda é o ambiente de competição. Tudo era completamente diferente do que eu estava acostumada. As provas acontecem no mesmo final de semana da Indy. Tem mais gente, os autódromos são maiores e há mais atividades fora da pista”, afirma a brasileira.

Ida para a W Series

A ida de Bruna para a W Series foi motivada por seus méritos ao volante. Porém, para disputar a seletiva, a brasileira precisou passar por uma outra pré-seleção. “A Bia Figueiredo (pilota da Stock Car e ex-Indy) me indicou. Precisei também enviar um currículo meu do automobilismo. Segundo os organizadores, foram escolhidas para a seletiva em pista as pilotas que já estavam competindo em alto nível nos últimos anos”, explica.

“Todas que estavam lá eram muito boas. Tanto que os tempos de pista foram bem próximos”, diz Bruna. “Eles avaliaram tudo: tempo de pista, progressão, todo o trabalho feito. Todo mundo que estava lá sabia o que estava fazendo, pois tinham experiência em corrida.”

Futuro

A temporada só começa em maio, mas Bruna já faz planos para a competição. “A categoria dá uma oportunidade muito grande para todas as meninas que estão competindo. Espero representar muito bem o Brasil. Vou dar o meu máximo para que a W Series me ajude nos próximos passos. Tenho certeza que ela vai”, conta a brasileira.

“Meu sonho, desde pequena, sempre foi chegar à Fórmula 1. A W Series é um passo importante, principalmente porque o objetivo deles é preparar uma competidora para chegar em uma categoria como a F1. Eu sei da realidade, mas meu objetivo é esse, poder viver disso e estar em uma categoria de alto nível mundial”, completa Bruna.

Preparada para mais uma importante mudança em sua carreira, a pilota está feliz pela oportunidade de competir ao lado de outras competidoras de destaque, como a britânica Jamie Chadwick, primeira campeã da W Series, a holandesa Beitske Visser e a espanhola Marta García.  

Atual campeã da W Series, Jamie Chandwick é uma das referências de Bruna |Foto: Divulgação

Podcast

Comandado por Erika Prado e Fernando Campos, o podcast Dupla Aerodinâmica fez uma cobertura completa da temporada 2019 da categoria feminina. Por isso, eles conversaram com a Bruna Tomaselli em um episódio recente. Clique aqui para ouvi-lo na íntegra. 

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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