Entenda a importância de fazer o descarte correto dos pneus
Produto sem uso deve ser levado aos pontos de coleta, a fim de evitar o entupimento das redes de esgoto, a poluição dos rios e a proliferação do mosquito que causa dengue
O descarte correto dos pneus é imprescindível para garantir a preservação do meio ambiente. Depois que ele se torna inservível, ou seja, quando não tem mais a função pelo qual foi projetado, o ideal é que seja encaminhado para um local específico, a fim de evitar o entupimento das redes de esgoto, que causam enchentes e contribuem para a poluição de rios, o acúmulo nos aterros sanitários e, especialmente, a proliferação do mosquito causador da dengue, da chikungunya e do zika vírus.
“Quando o produto não tem mais utilidade, o ideal é levá-lo até um ponto de coleta. Isso porque, se deixado em lugar aberto, ele demorará até 600 anos para se decompor. É por esse motivo que devemos investir em sua reciclagem e não jogá-lo na natureza ou abandoná-lo em vias públicas”, explica Cesar Faccio, gerente geral da Reciclanip, entidade voltada para a coleta de pneus inservíveis e ligada à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip).
Segundo Faccio, a Reciclanip conta, atualmente, com 834 pontos de coleta, localizados em todos os estados do Brasil. O processo é realizado com a ajuda das Prefeituras Municipais, que disponibilizam os terrenos – e eles têm de estar dentro das normas de segurança e higiene – para receber pneus oriundos de borracharias, revendedoras e dos próprios consumidores.
O material é retirado pela entidade quando atinge a marca de dois mil unidades usadas em carros de passeio ou 300 em caminhões. Depois disso, o produto segue para reaproveitamento e pode ser utilizado de diversas formas.
“Cerca de 70% do que é recolhido serve como combustível alternativo. Os outros 30% fazem parte da reciclagem para a fabricação de asfalto ecológico, solados de sapato, pisos industriais e tapetes para automóveis”, diz o gerente geral. A Reciclanip, no primeiro trimestre deste ano, destinou de forma ambientalmente correta mais de 114,5 mil toneladas de pneus, aumento de 10% na comparação com o mesmo período de 2015, quando o número foi de 109 mil toneladas.
De olho na legislação
A resolução 416/2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece que, a cada pneu novo vendido no Brasil, um considerado “inservível” receba a devida destinação por parte das fabricantes. Além disso, toda cidade a partir de 100 mil habitantes deve ter pelo menos um ponto de coleta, que pode ser público (como os chamados “Ecopontos” das prefeituras) ou privado (dentro de revendas).