Encher o tanque do carro com gasolina custa 7% da renda média dos brasileiros

Indicador revela que, em janeiro, custo para encher o tanque do carro com gasolina correspondeu a 7% da renda média domiciliar nacional

Em janeiro, encher o tanque do carro com 55 litros de gasolina comum teve um custo correspondente a 6,8% da renda média domiciliar nacional. É o que revela o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, levantamento realizado pela plataforma de mobilidade e logística Veloe em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Encher o tanque do carro com gasolina já custou mais em 2022

No levantamento anterior, peso da gasolina era de mais de 9% da renda domiciliar (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil)

O Indicador de Poder de Compra de Combustíveis apresentou uma queda de 2,5 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, quando chegou aos 9,3% – o maior percentual da série histórica. Quando o indicador diminui, a gasolina fica mais barata em relação à renda. As informações são referentes ao terceiro trimestre de 2022 – último dado disponível pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre renda dos domicílios brasileiros.

Quando registrada apenas a renda média das capitais, o mesmo volume de gasolina equivale a uma porcentagem significativamente menor na renda mensal das famílias: 4,4%. Entretanto, os autores do levantamento fazem a ressalva de que o consumo em grandes centros urbanos tende a ser maior devido às distâncias percorridas nos deslocamentos e congestionamentos mais frequentes.

O Monitor de Preços de Combustíveis registrou, em janeiro, preços médios nacionais por litro abastecido de R$ 5,108 para a gasolina comum; R$ 5,246 para a gasolina aditivada; R$ 3,919 para o etanol; R$ 5,143 para o GNV; R$ 6,424 para o diesel comum; e R$ 6,502 para o diesel S-10.

Considerando o comportamento observado no acumulado dos últimos 12 meses, três dos seis combustíveis monitorados registraram decréscimo nos preços de mercado. O principal deles foi a gasolina comum, com queda de 23,6%. A gasolina aditivada apresentou queda de 22,8%. Já o etanol teve decréscimo de 22,6%.

Em contrapartida, os demais combustíveis analisados apresentaram aumento nos preços ao longo dos últimos 12 meses: o GNV variou em 11,2%, enquanto o diesel comum contou com acréscimo de 15,7%; e o diesel do tipo S-10 foi o que apresentou maior índice de aumento durante o período, de 15,8%.

Etanol está longe de apresentar vantagem sobre a gasolina

Do ponto de vista financeiro, não é vantajoso abastecer com etanol (Foto: Shutterstock)

Levando em conta os preços médios do etanol e da gasolina comum, o levantamento também oferece um indicador para os motoristas proprietários de veículos flex: o Indicador de Custo-Benefício Flex, que fornece um parâmetro para avaliação entre preço e rendimento no abastecimento desses veículos.

Em janeiro, o preço médio do etanol equivalia a 81,6% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina comum, uma oscilação discreta no comparativo com dezembro de 2022 (81,1%). É o maior nível desde dezembro de 2021, de acordo com a Fipe. Na média das capitais, a relação foi de 80,8% e atingiu também o maior patamar desde dezembro de 2021 (83,2%). Os números mostram que, considerando o rendimento médio de ambos os combustíveis, o abastecimento com gasolina oferece um melhor custo-benefício em relação ao etanol.

Nos parâmetros utilizados pela Fipe, considera-se que a gasolina é vantajosa, do ponto de vista financeiro, quando o indicador for superior a 75% e indiferente, entre 65% e 75%. O etanol somente é vantajoso quando o indicador for inferior a 65%.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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