Empresas automotivas também se preocupam com o meio ambiente
Reaproveitamento de matéria-prima e incentivo ao consumo consciente são algumas das ações promovidas por fabricantes e vendedoras de autopeças
Todos os anos, milhares de pneus, amortecedores, baterias e outras peças automotivas são descartados em locais inapropriados, tantos por motoristas quanto por empresas do setor. Mas, para evitar que os números cresçam cada vez mais, e também para reaproveitar o máximo dos componentes, algumas companhias estão aderindo à projetos sustentáveis.
Por exemplo, a Johnson Controls, produtora de baterias para automóveis e motos, realiza o programa de reciclagem Ecosteps. O objetivo é recuperar o máximo possível de equipamentos ao final de sua vida útil para aproveitar a matéria-prima.
“No momento de descartar o produto, o que queremos é que o comprador devolva-o para o distribuidor e que este o encaminhe para nós”, explica Eduardo Migliati, gerente da empresa. O executivo afirma que o nível de reciclagem de uma bateria é de 98%.
Quem também tem se preocupado com o meio ambiente é a DPaschoal. Por meio do programa Economia Vale Verde, que tem como filosofia “medir, testar e avaliar antes de trocar”, a rede de oficinas preferiu diminuir suas vendas ao invés de promover o consumo desnecessário.
Segundo Eliel Bartels, gerente do departamento de engenharia do Grupo DPaschoal, desde a implantação da campanha, no início da década de 1990, mais de um milhão de produtos deixaram de ser comercializados em suas unidades. “Não iremos enviar para o nosso cliente uma mensagem dizendo ‘promoção relâmpago, venha hoje e pague R$ 400,00 no pneu’. Isso não é incentivo para um consumo consciente. O que iremos fazer é lembrá-lo que calibrar o pneu pode aumentar em 25% a sua vida útil”, conta.
Outra ação da empresa é o descarte correto de resíduos. Para isso, ela coleta o material sem utilidade em todas as suas lojas e os encaminha para companhias certificadas, a fim de que elas deem o destino correto a cada item.
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Reaproveitamento
Só para se ter uma ideia do quanto este assunto é preocupante, é preciso saber que um único pneu demora, em média, 600 anos para se decompor. Por isso, é fundamental o descarte correto, bem como a reciclagem. Além disso, a Associação Nacional dos Remanufaturados de Autopeças (Anrap), indica o investimento em remanufatura.
Como garante o presidente da entidade, Jefferson Germano, o processo é seguro e feito por empresas que possuem tecnologia especializada, com isso, as peças recebem o mesmo tratamento de uma nova, inclusive são certificadas. “No mundo são usados cerca de 16,3% de produtos deste tipo. No Brasil, este número gira em torno de 6,04%”, finaliza o executivo.