Emplacamentos voltam a cair e Fenabrave culpa economia instável

Venda de carros novos em abril não acompanha crescimento de março e cai quase 9%; no acumulado do ano a retração já é de 16,63%

Após a alta de março, quando foram registrados 26% mais emplacamentos do que fevereiro, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) voltou a anotar retração nos dados computados em abril: a queda foi de 8,9% para todos os setores somados. No acumulado do ano a baixa é de 16,63%. Para a entidade, os resultados devem-se ao mau momento da economia brasileira.

Segundo Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, o fraco desempenho do país é a principal razão para a queda nas vendas de veículos. “Se a economia continuar como está, poderemos ter uma retração ainda maior nas empresas até o final deste ano”, afirma.

O percentual negativo pode ser observado em números absolutos. No último mês foram emplacadas 343.049 unidades, contra 376.585 de março. Na comparação com abril de 2014, a diferença é ainda maior: 21,08%, com 434.692 novos emplacamentos registrados no quarto mês do ano passado.

A baixa também se reflete no acumulado do ano. O setor registra queda de 16,63% em relação ao mesmo período de 2014. Nos primeiros quatro meses de 2015 foram emplacadas 1.389.558 unidades – no mesmo período de 2014 foram 1.666.811. Os dados contabilizam os números de todos os setores somados, entre eles automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários, tratores, máquinas agrícolas e outros, como carretinhas para transporte.

Setores

A venda de automóveis e comerciais leves também retraiu 6,36% e 24,35% em abril na relação com março e na comparação com o mesmo mês de 2014, respectivamente. A diferença entre o acumulado dos dois anos é de 18,39%, com melhores resultados para o primeiro quadrimestre de 2014.

A maior queda ficou com a venda de novos caminhões, com redução de 46,71% nos números de abril de 2014 e 2015. Na comparação com março, o decréscimo foi de 10,72%, o segundo maior, só atrás da comercialização de motos, com baixa de 13,13%.

Projeções

A Fenabrave admite que o cenário econômico é pior do que o inicialmente imaginado. Com projeções revisadas, a entidade espera que os segmentos de automóveis e comerciais leves somados encerrem 2015 com queda de 18% em relação a 2014 – a previsão inicial era de -10%.

Rodrigo LoureiroRodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.
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