Os dados de junho do comércio exterior evidenciam que a importação de veículos chineses aumentou 300% no Brasil. A forte demanda se deu pela necessidade de trazer os carros elétricos e híbridos antes de começar a valer a nova taxação.
Importação de veículos chineses aumenta 300% no Brasil
Em junho houve um novo recorde: aumento de 308% nas importações de carros chineses, algo que começou em março. A estratégia visava se antecipar a um futuro menos otimista para o setor no segundo semestre.
De um lado a China, maior exportadora mundial de veículos elétricos e híbridos, do outro o Brasil, atualmente o maior importador desses produtos. E entre os dois uma barreira chamada taxação. Começou com 10% em janeiro desde ano, em julho chegou a 18% e em 2026 será 35%.
A justificativa é fortalecer a indústria local, que ainda engatinha, embora já tenhamos iniciativas como o projeto Mover e duas gigantes próximo de iniciar sua produção. GWM e BYD são apenas o começo de uma trajetória rumo à eletrificação da frota brasileira?
“Apesar de o governo incentivar a produção local, com projetos como o Mover, as iniciativas devem demorar alguns meses, se não anos, para apresentar um impacto significativo”, afirma Rodrigo Scolaro, economista da GEP COSTDRIVERS.
“No curto e médio prazo, o mercado brasileiro está sujeito aos possíveis impactos consequentes do aumento nos custos de fretes dos veículos chineses para o país”, complementa.
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Portos chineses não atendem a demanda
Segundo o economista, esse crescimento afoga a logística portuária chinesa, cuja oferta de embarcações não é capaz de atender a atual demanda.
Ocorre que a maioria dos envios globais ao invés de locais pressionam a logística portuária chinesa, o que pode aumentar ainda mais os custos das montadoras, encarecendo os carros chinenes.
“É esperado que haja um encarecimento além dos impostos, elevando também os valores dos transportes de outros itens, impactados pelo redirecionamento das embarcações para os veículos”, alerta.
Qual marca exporta mais carros para o Brasil?
A BYD é a marcha que mais exporta carros para o Brasil enquanto não inicia sua produção na fábrica de Camaçari (BA). No 1º trimestre do ano, a marca aumentou suas exportações globais em 150%.
No Brasil, a montadora já está entre as 10 maiores marcas em licenciamento nos primeiros seis meses do ano, com um crescimento de 1.812% em relação a 2023.
