As peruas estão desaparecendo. É o que diz uma pesquisa da Mobiauto, autotech do setor automotivo, com base em seu banco de dados para avaliar o segmento de station wagons. Apesar de sua menor presença, as opções de peruas disponíveis podem gerar bons negócios.
Com poucas opções de peruas, mercado segue estável
Sant Clair de Castro, CEO da Mobiauto, acredita que uma suposta baixa no mercado nacional pela interrupção de produção não tem se confirmado na prática.
“O que tem havido é uma oferta cada vez menor. Fizemos essa mesma pesquisa na Mobiauto em dezembro de 2021 e apuramos cotações de mais de 60 veículos.”
“Desta vez, os modelos e versões que tinham volumes de anúncios suficientes para ingressar na estatística foram menos de 20 modelos”
“Como a oferta tem sido cada vez menor, as que restaram têm segurado preço”, comenta.
O estudo levou em consideração a cotação média dos veículos em setembro de 2022 e setembro de 2023, reduzindo a variação de preços.
Na média geral, os 18 modelos e versões apuradas, de 2013 a 2019, desvalorizaram somente 3,04% de acordo com a pesquisa da Mobiauto.
“Como a pesquisa apurou modelos com 4 a 10 anos de uso, já esperávamos que houvesse uma depreciação baixa”, explica Castro Jr.
Veja o resultado das dez melhores no levantamento:
“Vale ressaltar que, dos 18 veículos apurados, ainda tivemos 4 exemplares que ganharam preços neste último ano”, diz o CEO da Mobiauto.
Ele enfatiza o domínio da VW a SpaceFox, a última station produzida para o mercado brasileiro.
Investir em Station Wagon é um bom negócio?
Segundo Sainclair, a depreciação dos station wagons é menor do que a dos seminovos em geral, mesmo quando ele fica mais velho.
“Recentemente apuramos que os seminovos com até 3 anos de uso perderam 8,5% de um ano para cá”, destaca.
Ao desvalorizar apenas 3% (média), as peruas demonstram que ainda há um público cativo. No entanto, pesa o fato de desaparecerem das concessionárias, principalmente pela popularização dos SUVs, a menor variedade de ofertas acaba sustentando as cotações.
“Um ponto nos chamou a atenção foi a pequena variação entre as melhores e as piores: pouco mais de 11 pontos percentuais. Isso jamais ocorre em pesquisas com outros segmentos”, ressalta Castro Jr.
Para o executivo, o fenômeno se dá pela “maturidade” do segmento de peruas, que possui variação controlada de preços, ou seja, não é nem um negócio absurdamente excelente, mas também não é um péssimo negócio.
