Dirigir na chuva exige atenção redobrada
Para evitar acidentes, também é preciso que o carro esteja em perfeitas condições
O clima em grande parte do País mudou novamente. Depois das temperaturas escaldantes registradas na semana passada, esta semana toda promete ser de chuva e até um certo friozinho. Como rodar com o veículo é sempre mais perigoso nestes dias, é importante, antes mesmo de tirar o carro da garagem, realizar a inspeção nos equipamentos mais exigidos nesta situação e tomar alguns cuidados durante o trajeto.
Segundo Roberto Manzini, fundador do Centro de Pilotagem Roberto Manzini, de São Paulo, devido à poluição nas grandes cidades, é recomendado que se troque as palhetas do para-brisa uma vez por ano. “E, quando o carro for lavado, deve-se pedir para que limpem o acessório, a fim de que ele trabalhe em perfeitas condições durante a chuva. Outra dica é, caso o manual do proprietário indique, usar aditivos na água do sistema de limpador”, aconselha o especialista.
Para evitar acidentes, também é fundamental que os pneus recebam a devida atenção. Neste caso, o alinhamento e o balanceamento precisam ser realizados a cada 10 mil quilômetros rodados, e a calibragem, no máximo, a cada 15 dias, e sempre respeitando as recomendações da fabricante.
Ao não cuidar adequadamente do componente, motorista e passageiros ficam expostos à situações perigosas como a aquaplanagem (perda de contato do carro com o solo pela existência de uma camada de água debaixo do pneu) – mas se isso por um acaso acontecer, Manzini sugere segurar o volante com firmeza, tirar o pé do acelerador e do freio e esperar que o veículo retome a aderência ao piso.
Além disso, mesmo que a chuva tenha passado, não se deve aumentar a velocidade. Como as vias se mantém molhadas, e, pior, com vestígios de sujeiras (óleo e borracha, por exemplo) – o que as deixa escorregadias -, é preciso moderar na aceleração e manter uma distância segura do carro da frente.
E, mesmo que a chuva não seja muito forte, tenha cautela na hora de frear. Isso porque se você usar força excessiva ao pisar no pedal de freio, o automóvel corre o risco de deslizar na pista, aumentando as chances de acidentes. Por falar em freios, eles são outros itens que precisam estar sempre em ordem, especialmente nos “dias molhados”.
Segundo André da Silva, mecânico da AMF Auto Mecânica, localizado em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, o sistema todo tem de ser verificado a cada 10 mil quilômetros. E, ao enfrentar temporais, é importantíssimo ficar atento aos possíveis barulhos que ele pode apresentar, já que os componentes, quando cheios d´água, podem não funcionar corretamente.
Para fugir desse problema, o ideal mesmo é evitar os locais alagados. Se isso não for possível, aí o melhor a fazer é engatar, no máximo a segunda marcha, e manter constantemente a aceleração média – mas desde que a água não tenha ultrapassado mais da metade da roda.
Porém, se durante a travessia o carro “apagar”, mantenha a calma e não insista em dar a partida, pois forçar o motor pode ocasionar o calço hidráulico – é quando a água entra nos cilindros do propulsor e se acumula na câmara de combustão, acarretando na quebra de vários componentes. Silva diz que seu reparo não sai por menos de R$ 5 mil.
O certo a fazer, então, é esperar o temporal passar. Se mesmo depois disso o automóvel não ligar, aí a solução será entrar em contato com a seguradora ou o serviço de reboque.