Direção correta aumenta a durabilidade do veículo
“Cheiro de pneu queimado, carburador furado, coração dilacerado!”. O primeiro verso da música “Carro Velho”, de Ivete Sangalo, pode até ser divertido, mas a situação em si não é nada agradável para o motorista que se depara com um problema do tipo. E eles acontecem, inclusive, muitas vezes pela condução ineficiente que desgasta os componentes do automóvel de forma prematura. Por isso, para não ouvir que “amar a pé, amor, é lenha”, é preciso ficar ligado na hora de guiar.
Um dos erros mais comuns que o condutor comete é ao usar os freios. De acordo com Leandro Vanni, engenheiro automotivo e supervisor de serviços do Grupo DPaschoal, a frenagem deve ser curta e realizada quando o carro já estiver em desaceleração. “Frear em cima da hora faz com que as pastilhas se desgastem mais rapidamente”, afirma.
Já nas subidas e descidas, o profissional indica o uso reduzido do breque para não sobrecarregá-lo, bem como gerar aquecimento do disco pelo contato direto com as pastilhas. “O uso constante acarreta na perda do freio do motor, e o hábito de andar com o pé em cima do pedal também prejudica o carro”, conta.
Pressão nos pedais
O vício de pressionar os pedais sem necessidade não se limita ao sistema de freio, mas também aos mecanismos de embreagem. “É um costume comum as pessoas descansarem o pé em cima da embreagem enquanto dirigem, só que isso pode ser muito nocivo para o veículo”, alerta Francisco Satkunas, engenheiro mecânico e conselheiro sênior da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil). Ainda segundo ele, ao fazer peso no pedal, o sistema já começa a ser acionado, e, com a pressão em tempo contínuo, acontece o superaquecimento dos componentes.
Outra dica para poupar o mecanismo está relacionada ao momento de sair com o carro. “O motorista deve tirar o pé da embreagem assim que o veículo estiver pronto. Se soltá-la de forma mais lenta, ela irá patinar, arranhar o disco e, com isso, perder o poder de atrito”, explica o profissional, que ainda cita as famosas “arrancadas” e o ato de “cantar os pneus”, como prejudiciais.
Outra dica para poupar o mecanismo está relacionada ao momento de sair com o carro. “O motorista deve tirar o pé da embreagem assim que o veículo estiver pronto. Se soltá-la de forma mais lenta, ela irá patinar, arranhar o disco e, com isso, perder o poder de atrito”, explica o profissional, que ainda cita as famosas “arrancadas” e o ato de “cantar os pneus”, como prejudiciais.
E por falar em pneus, este é outro item que sofre com a imprudência dos condutores. “As freadas e as aceleradas bruscas sobrecarregam os itens e podem antecipar o desgaste”, conta Alexandre Moro, piloto de testes da Pirelli. “As frenagens e as acelerações devem ser feitas com cautela e de forma gradual”, aconselha.
Além disso, o fato de esterçar o volante com o carro parado – técnica utilizada, principalmente, para fazer baliza – pode abreviar a deterioração dos componente. Moro ainda pede atenção na hora de fazer alterações nos aspectos originais do modelo. “Mudanças na suspensão e nos freios, que fujam das especificações originais, são outras situações que podem reduzir a durabilidade”, finaliza.
Rodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.