Conheça as diferenças dos pneus run flat

Em janeiro, o Ford Ecosport Titanium se tornou o primeiro carro nacional a ser equipado com os pneus run flat. Essa foi a solução encontrada...

Em janeiro de 2019, o Ford Ecosport Titanium se tornou o primeiro carro nacional a ser equipado com os pneus run flat. Essa foi a solução encontrada para retirar o estepe da traseira do SUV, já que esse tipo de composto elimina a necessidade da roda reserva. Entretanto, há alguns mitos e fatos sobre essa tecnologia.

LEIA MAIS: Setor automotivo é um dos mais suscetíveis à recuperação judicial nos próximos meses

Aumento no consumo, maior espaço de frenagem e redução da vida útil; evite tudo isso apenas calibrando os pneus

Para entender melhor as diferenças destes pneus para os convencionais, o Garagem360 conversou com João Scalabrin, supervisor comercial de desenvolvimento de produto da Continental Pneus, e com José Carlos Quadrelli, gerente geral de Engenharia de Vendas da Bridgestone.

Diferenças dos pneus run flat

Primeiramente, é preciso entender que a estrutura dos pneus run flat é completamente diferente. “A tecnologia Run Flat Tire (RFT) da Bridgestone utiliza um reforço de composto especial de borracha aplicado nas paredes do pneu, cujo sistema tem a capacidade de suportar o peso do veículo e todas as torções geradas pela dinâmica da roda” afirma José Carlos Quadrelli. “Com esta tecnologia, mesmo com o pneu furado, um veículo pode rodar até 80 quilômetros a uma velocidade de 80 km/hora, sem a necessidade de trocar o pneu e sem o risco de avarias à roda ou à suspensão.”

Pneus run flat têm a parede lateral mais reforçada para aguentar o peso do veículo |Foto: Divulgação

Esse reforço nas paredes dos pneu é a principal característica dos modelos run flat. Entretanto, isso não significa que esse tipo de composto não fure. Pelo contrário, ele fura, mas consegue rodar mesmo estando vazio — como o nome sugere. “É uma dúvida frequente. Esse modelo foi desenvolvido para rodar até mesmo sem pressão, sem a necessidade de uma troca imediata, que é sua principal vantagem, já que permite que o motorista não precise parar o veículo se estiver em um local de risco, além de liberar o espaço interno ocupado pelo estepe”, explica João Scalabrin.

Manutenção

Embora seja diferente de um composto convencional, o run flat tem manutenção semelhante. “Ela é convencional. A recomendação é a mesma, como a de se manter os pneus calibrados” afirma João. “Normalmente, os veículos equipados com esses pneus possuem o sistema de monitoramento de pressão (TPMS). Sendo assim, deve-se garantir que este sistema esteja sempre funcionando adequadamente”, conta José Carlos Quadrelli.

Apesar de requerer os mesmo cuidados que um pneu convencional, a vida útil de um run flat pode ser menor. “Se ele rodou vazio, a troca é necessária por conta do reforço lateral, já que muda as características”, declara João.

Substituição de convencionais por run flat

Os especialistas da Continental e da Bridgestone não recomendam a instalação dos run flat em carro que não saíram de fábrica com esses compostos. “Não é recomendável pois eles são mais duros que um convencional. Sendo assim, toda a configuração dinâmica pode ser alterada”, afirma João. “A suspensão do veículo que usa pneus Run Flat é ajustada para compensar a maior rigidez destes pneus. Nos Estados Unidos, a Bridgestone lançou uma nova geração, mais flexível, denominada Driveguard, e que permite a montagem em veículos que não usavam pneus Run Flat originalmente. Entretanto, o veículo precisa ter o sistema TPMS para usar estes compostos” diz José Carlos.

Quer ganhar um e-book exclusivo com dicas para cuidar melhor de seu veículo? Assine nossa newsletter neste link.

E por falar em pneus, confira em nossa galeria a pressão ideal dos principais veículos do Brasil.

 

 

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Entrar no canal do Whatsapp Entrar no canal do Whatsapp
Leo Alves
Escrito por

Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

ASSISTA AGORA