Diesel cai 30% na Petrobras, mas preço na bomba “trava”: veja o que sumiu com o seu desconto
Petrobras baixou o diesel em quase 30%, mas motoristas pagam R$ 6,06. Entenda o que impede a queda nos postos agora
A Petrobras cortou o preço do diesel em quase 30% nas refinarias desde o ano de 2023, contudo, o alívio mal chegou ao bolso dos brasileiros nesses últimos 2 anos. Mas qual será o motivo? Acompanhe o Garagem360 e entenda por que a conta não fecha nos postos e quem está ficando com a maior parte desse desconto.
Por que queda no preço do diesel não chegou ao bolso dos brasileiros?
Dados do Ministério de Minas e Energia revelam um abismo entre o preço praticado nas refinarias e o valor cobrado nas bombas. Enquanto a Petrobras reduziu o valor do combustível em 27,4% desde janeiro de 2023, o consumidor final percebeu um recuo de apenas 6,9%.

Preço do diesel caiu nos últimos dois anos, mas desconto não chegou ao bolso dos motoristas. Foto: Reprodução
A diferença gera indignação, especialmente quando olhamos os valores nominais:
- Na Petrobras: O litro caiu de R$ 4,05 para R$ 2,94;
- No posto: O valor médio caiu de R$ 6,51 para R$ 6,06.
3 “vilões” que impedem a queda do preço
Especialistas apontam que a redução bilionária da estatal foi “engolida” por uma combinação de fatores estruturais e tributários. Veja só:
- Aumento da carga tributária: O ICMS estadual sobre o diesel saltou de R$ 0,79 para R$ 1,12 por litro, uma alta de 41,77%. Somam-se a isso os impostos federais, que agora representam cerca de R$ 0,32 por litro.
- Mistura de biodiesel: O aumento da porcentagem obrigatória de biodiesel na mistura final encarece o produto antes mesmo de ele chegar às distribuidoras.
- Privatização e margens: Com a venda da BR Distribuidora (atual Vibra Energia), o governo perdeu o controle direto sobre os repasses finais, deixando os preços à mercê das margens de logística e estocagem das empresas privadas.
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Do frete ao supermercado
O diesel não é apenas um combustível; ele é o motor da economia brasileira. Como o combustível representa 40% dos custos operacionais das transportadoras, o baixo repasse da queda trava a redução dos fretes.
| Setor impactado | Peso do custo | Consequência |
| Transportadoras | 40% (Diesel no custo total) | Fretes elevados e margens apertadas. |
| Produtos Finais | 30% (Frete no preço do produto) | Preços altos nos supermercados e inflação persistente. |
A falta de transparência nas margens das distribuidoras é um dos pontos mais criticados por motoristas e transportadores, que seguem pagando valores acima de R$ 6,00 mesmo com a estatal vendendo o produto a menos de R$ 3,00. Apesar da queda nas refinarias, a inflação dos alimentos continua pressionada pelo custo logístico.
Você acredita que o governo deveria intervir nas margens das distribuidoras ou o problema é puramente tributário? Comente aqui!
Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fiz da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.
