Dicas para pilotar motos com segurança
Motociclista tem de redobrar a atenção nos dias de chuva e aprender a frear gradualmente
A cada ano, aproximadamente 12 mil pessoas perdem a vida em acidentes de moto. É o que aponta uma pesquisa realizada neste ano pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). O estudo diz ainda que 40% são provocados por quedas de moto, 17% por colisão frontal, 28% por colisão lateral e 1% por colisão traseira.
Além de saber dosar a combinação embreagem, freio e acelerador, o motociclista precisa, principalmente, de bom senso para não sair por aí pilotando sem estar em condições. Entre as situações que devem ser evitadas de qualquer maneira está conduzir o veículo embriagado – fato que resulta em multa de R$ 1.915,40, com suspensão do direito de dirigir por 12 meses –, passando mal e sob efeito de drogas ou medicamentos que causam sonolência e diminuem, automaticamente, a percepção.
Fora isso, é necessário atenção ao próprio trânsito, especialmente em relação aos caminhões e cegonheiras, já que eles possuem pontos cegos maiores. Uma das maneiras para evitar acidente é manter-se visível e deixar sempre o farol ligado, a fim de que os demais condutores percebam que tem uma motocicleta transitando pela via.
Pilotar na chuva
As condições adversas de tempo também merecem atenção quando se está pilotando uma moto. No caso da chuva, assim que os primeiros pingos começarem a cair, Tite Simões, instrutor do curso de pilotagem esportiva da Abtrans Escola de Pilotagem, de São Paulo, indica que o motociclista espere pelo menos 15 minutos até que a água lave toda a sujidade das ruas, avenidas e estradas.
“O momento mais perigoso da chuva é nos primeiros minutos, porque a sujeira do asfalto se mistura com a água formando uma pasta escorregadia. Outra dica é rodar sempre na mesma linha por onde passam os pneus dos carros, já que, nestas situações, ela se torna a parte mais limpa da via”, diz o especialista – o treinamento ministrado por ele custa a partir de R$ 240,00, dura o dia todo e é voltado para condutores iniciantes ou que precisam reciclar seus conhecimentos.
E engana-se quem acha que o perigo passa no momento em que o temporal termina. Muito pelo contrário. É aí que os cuidados têm de ser redobrados, já que a chuva traz para o meio da pista areia, óleo e até mesmo vestígios de borracha. “O ideal é conduzir em velocidade baixa para ter mais espaço de frenagem. Por último, e não menos importante, o motociclista tem de cuidar dos pneus para garantir boa estabilidade durante o percurso e em qualquer clima”, afirma Simões.
Pneus
Por falar em pneus, é recomendável checar todos os dias o estado da banda de rodagem. Isso ajuda a detectar qualquer anomalia. E vale salientar que o componente, assim como o dos automóveis, precisa ser calibrado semanalmente. E é importantíssimo fazer as revisões periódicas e manter a moto em perfeito funcionamento.
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O que também pode ajudar a dirigir com mais segurança é saber acionar o freio gradualmente. De acordo com a Associação Brasileira de Prevenção dos Acidentes de Trânsito, durante a frenagem, a distribuição deve ser feita 70% na parte dianteira e 30% na traseira – especialmente para os condutores que circulam em velocidade regular. E a entidade recomenda, levando em conta que existem várias estradas esburacas no País, que a velocidade máxima não ultrapasse os 120 km/h.
Corredores
Todos os dias, para trafegar, os motociclistas utilizam – e muito – os corredores, aqueles espaços que ficam entre uma fileira e outra de carros. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não veta a circulação das motos nestes locais, porém, o artigo 29 determina que “o condutor deve guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos”.
Simões acrescenta que para trafegar com segurança entre os automóveis o velocímetro não deve passar de 45 km/h. “É a velocidade que uma moto de 125cc, em bom estado, consegue parar em menos de 15 metros ou em um segundo”, explica o instrutor.
Ainda segundo o instrutor, na estrada, a distância entre uma motocicleta e outro veículo pode ser calculada por meio da regra de dois segundos. “O motociclista marca um ponto de referência, espera o carro da frente passar e, logo, conta dois segundos. No percurso urbano, rodando em uma velocidade máxima de 50 km/h, essa distância pode ser de apenas um segundo”, ensina.
Itens de segurança
Além disso, para se manter em segurança e minimizar os riscos em um acidente, é imprescindível o uso de roupas e sapatos e adequados e, principalmente, capacete. Apesar de o CTB não estabelecer prazo de validade para o produto, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo sugere que a troca seja feita sempre que o produto sofrer algum impacto, mesmo que não apresente rachaduras ou outros danos visíveis.
E uma dica para saber se chegou a hora da substituição é conferir a espessura da espuma do forro interno. A diminuição da sua altura deixará a peça folgada, comprometendo a fixação na cabeça e a proteção da área auditiva do usuário.