Dicas para melhorar a postura ao dirigir
O motorista deve se preocupar com o posicionamento correto do corpo e, assim, garantir o fácil acesso aos recursos do veículo
A postura correta na hora de dirigir é essencial para garantir a segurança e o conforto do condutor. O corpo tem de ficar posicionado de forma que evite a fadiga e facilite o acesso aos comandos do carro durante todo o trajeto. Os braços, por exemplo, devem estar em posição confortável, e as mãos apoiadas no volante na maior parte do tempo.
“O cotovelo precisa ficar levemente flexionado, assim o motorista não fica muito perto da direção”, explica Dirceu Rodrigues Jr., chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).
Condutor só deve tirar uma das mãos do volante na hora de trocar de marcha | Foto: Pixabay
Motoristas que dirigem com o banco muito próximo ao volante estão colocando sua segurança em risco. “Em caso de colisão, as chances da força do airbag causar danos à pessoa são muito grandes, por isso recomenda-se essa distância de segurança”, afirma Rodrigues. E o ideal é que os punhos fiquem apoiados na parte superior do volante quando os braços estiverem esticados.
A inclinação do encosto do assento também merece atenção. Segundo Rodrigues, ela não pode ser maior do que 110°. Caso contrário, o condutor corre o risco de sofrer danos graves na região do pescoço e da traqueia em uma batida ou frenagem brusca. Tudo isso porque o ângulo incorreto do banco altera a posição normal do cinto de segurança, deixando-o na linha do pescoço.
Já o suporte para a cabeça deve ser posicionado com seu centro na altura da linha horizontal dos olhos de quem está dirigindo. “Quando ajustado corretamente, o apoio evita acidentes sérios como fraturas de coluna e lesão medular”, diz o especialista da Abramet.
As pernas, por sua vez, não têm de ficar esticadas e nem totalmente dobradas. Para ajustar o banco, recomenda-se pressionar completamente a embreagem e mexer na distância do assento até que os joelhos fiquem levemente flexionados. Essa posição faz com que o motorista tenha fácil acesso aos pedais.
“Quando o carro é automático, algumas pessoas recolhem a perna esquerda. O indicado é que não façam isso, e deixem o pé posicionado no ponto de apoio. Isso favorece o processo de circulação da perna”, explica o médico.
Vale salientar que é fundamental dirigir com as duas mãos no volante. O condutor tem de segurá-lo na posição dos ponteiros do relógio marcando 10h10 ou 9h15, para que seja possível enxergar o painel e acessar os comandos do veículo. Isso também garante a liberdade de movimento para girá-lo com rapidez, no caso de um desvio de emergência.
Altura do cinto de segurança deve ser regulada para passar pelo meio do ombro | Foto: Rekio via Visualhunt / CC BY-NC-SA
Itens de segurança
Os espelhos laterais e o retrovisor são outros itens que devem ser posicionados corretamente. Para que não haja problemas, eles tem de ser ajustados de forma que o motorista faça apenas movimentos leves com a cabeça e enxergue sem dificuldades. E recomenda-se conferir os espelhos antes de começar a usar o carro, principalmente se ele for usado por mais de uma pessoa.
Depois de fazer tudo isso é importante não se esquecer de colocar o cinto de segurança. “Ele mantém o motorista firme no banco, além disso, evita uma série de acidentes que podem ser fatais”, garante Rodrigues.
O acessório é de uso obrigatório para o motorista e todos os passageiros que estiverem no carro – não usá-lo é considerado infração grave, com multa de R$ 127 e perda de cinco pontos na carteira de habilitação. A posição certa é passá-lo pelo meio do ombro e não na altura do pescoço (nas mulheres, deve passar pelo meio dos seios e não por cima deles), e a parte de baixo precisa ficar posicionada sobre o quadril.
Dirigindo por horas
Algumas profissões exigem que o motorista passe o dia dentro do veículo. É o caso de quem pilota caminhão e táxi. Graças aos longos períodos dirigindo, as sensações de desconforto muscular e mental podem se tornar cada vez mais frequentes.
O ortopedista Fabio Ravaglia sugere que os motoristas, sejam eles profissionais ou não, façam pausas frequentes. “O ideal é parar para um descanso a cada duas horas ou 150 km rodados”, indica. O especialista também afirma que é necessário fazer alongamentos antes e depois de passar muitas horas atrás do volante.
