Deu ruim pros endinheirados: marca defende cobrança antecipada para carros de luxo

A Xiaomi está cobrando o valor total de carros de luxo semanas antes da entrega. Entenda a polêmica, a defesa da montadora e como a prática contrasta com outras empresas do setor.

A Xiaomi Auto está no centro de uma polêmica. A montadora chinesa está sendo criticada por supostamente exigir que alguns clientes paguem o valor total de seus carros de luxo, como o SU7 e o SU7 Ultra, semanas ou até meses antes da produção ser finalizada. A empresa, no entanto, defende a prática, afirmando que ela se aplica apenas a “um pequeno número de possíveis proprietários com circunstâncias especiais”.


Xiaomi defende cobrança antecipada para carros de luxo

Nas redes sociais, diversos clientes da Xiaomi relataram que receberam avisos de pagamento solicitando a quitação do saldo final em um curto prazo, mesmo com a previsão de entrega dos veículos ainda longe.

Alguns deles afirmam ter sido notificados de que seus carros estavam a até 25 semanas da entrega, mas que, se não pagassem em até 30 dias, o pedido seria cancelado e o depósito de 5.000 yuans (aproximadamente R$ 4.000) seria perdido.

Xiaomi defende cobrança antecipada para carros de luxo – Foto: Divulgação

A justificativa da Xiaomi

Segundo representantes da Xiaomi Auto em Pequim, a política de pagamento antecipado visa clientes que solicitaram atrasos na entrega ou que foram avaliados como tendo um alto risco de não finalizar a compra. Isso inclui pessoas que não cooperaram durante o processo de financiamento ou que demonstraram relutância em receber o carro.

A Xiaomi se defende, citando uma cláusula no contrato de compra que permite à empresa solicitar o pagamento a qualquer momento, “com base em acordos de produção do veículo ou situações de venda”. A montadora alega que a falta de pagamento configura uma quebra de contrato, justificando o cancelamento do pedido.

Xiaomi defende cobrança antecipada para carros de luxo - Foto: Divulgação
Xiaomi defende cobrança antecipada para carros de luxo – Foto: Divulgação

Uma fonte ligada à Xiaomi Auto disse ao National Business Daily que a preocupação da empresa é que, se clientes específicos cancelarem a compra após o carro já estar em produção, isso poderia prejudicar o cronograma de entrega de outros compradores. O tempo de produção do SU7, por exemplo, é de 38 a 41 semanas.

Controvérsia no mercado

A atitude da Xiaomi contrasta com a de outras montadoras de veículos elétricos, como Tesla e Nio, que geralmente permitem que os clientes inspecionem o carro antes de efetuar o pagamento final. Fabricantes mais tradicionais, como BYD e Geely, também costumam exigir o pagamento apenas no momento da entrega.

A cláusula do contrato de compra da Xiaomi gerou questionamentos sobre sua legalidade e se ela seria uma cláusula abusiva, já que os clientes precisam aceitá-la para fechar o pedido. A empresa não informou se a política poderá ser expandida para um número maior de clientes no futuro.


A prática da Xiaomi de pedir o pagamento antecipado em casos específicos é justificada para garantir a eficiência na produção ou é uma cláusula abusiva? Deixe sua opinião nos comentários!

Leia aqui: Xiaomi já entregou 300 mil carro em 15 meses

 

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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