Descubra o impacto da quilometragem no preço de carros usados

Estudo mostra o impacto da quilometragem no preço de carros usados, diminuindo ou até aumentando o valor da negociação.

Os 15 milhões de veículos de segunda mão negociados anualmente no Brasil seguem algumas referências de valores, como a tabela Fipe. No entanto, a quilometragem é um fator que tem um impacto considerável no preço de carros usados, podendo diminuir ou até aumentar o valor da negociação. 

Saiba como a quilometragem impacta no preço de carros usados

Mas de quanto seria efetivamente essa variação por km? Há uma regra que bonifique carros pouco rodados ou sacrifique os que já têm o hodômetro mais alto?

A Mobiauto, uma das maiores plataformas de compra e venda de carros usados do País, acaba de realizar uma pesquisa inédita. O departamento de Dados e Estatísticas da empresa calculou a variação de cotações de preços de dez campeões de vendas do mercado nacional, todos de ano/modelo 2020.

Os carros usados considerados no estudo foram Chevrolet Onix, Fiat Argo, Fiat Strada, Hyundai HB20, Jeep Renegade, Renault Kwid, Toyota Corolla, Toyota Hilux, VW Polo e VW T-Cross.

VW Polo é o modelo que mais se desvaloriza com alta quilometragem e também o mais valorizado em baixíssima quilometragem (Foto: Divulgação/Volkswagen)

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O consultor automotivo e CEO da Mobiauto, Sant Clair de Castro Jr., analisa o resultado do estudo. “Regra não há. Mas sabemos que o km médio que um brasileiro roda é 15 mil km por ano”, afirma. 

Porém, o que nunca ninguém havia quantificado era o percentual de variação quando o km do seminovo é mais alto ou mais baixo. O especialista prossegue:

“Sei que essa conta é inédita. Mas como nossa base de dados é riquíssima, os cálculos foram bem simples: apenas usamos nossa amostragem de anúncios e apuramos as variações, com descobertas bem interessantes”, explica Castro Jr.

Em média, esses carros devem ter 45 mil km rodados, mas o estudo adotou o intervalo entre 35 mil e 55 mil km como preços de referência. “Em seguida, somente apuramos variação de cada um deles em outras faixas de quilometragem: abaixo de 25 mil km, de 25 mil km a 35 mil km e acima de 55 mil km”, explica o executivo da Mobiauto.

A boa notícia para quem tem os carros mais rodados é que, em média, o km mais alto deprecia esses carros 2020 em somente 2,62%. Mas há alguns modelos com variações mais agudas.

Confira a tabela 1:

(Fonte: Mobiauto)

Por outro lado, os carros menos rodados, os tais “baixa quilometragem”, não expressam percentuais muito significativos. Se você é dono de um desses modelos 2020 e seu carro rodou entre 20 e 40% abaixo da média, fará jus a um acréscimo de 1,57% no valor de venda.

Tabela 2 mostra como os carros usados sofrem variação de preço de acordo com a quilometragem

(Fonte: Mobiauto)

O executivo acentua que há uma tendência a aumentar essa valorização nos hatches, à medida que o percentual sobe nas unidades menos rodadas de Argo, Onix, HB20 e Polo. “O Kwid é a exceção que confirma a regra.

Mas dá para concluir que sim: o comprador de modelos dessa categoria está mais preocupado com quilometragem do que os dos demais segmentos. Tanto que os vendedores conseguem repassar valores percentualmente maiores”, afirma.

Por fim, as pérolas do mercado de seminovos (que são os modelos de “baixíssima km”) podem ter 3,25% de sobrepreço se marcarem menos do que 25 mil km rodados. É preciso ressaltar que isso vale para veículos de 2020. 

“O certo seria calcular percentualmente: modelos com metade (ou menos) do km esperado, caso queiramos transportar esses novos ajustes de preços para carros de outros anos de produção”, ressalva Sant Clair.

Veja a tabela 3 dos carros usados e a variação de preços

(Fonte: Mobiauto)

Modelos mais caros, naturalmente apontam valores bem acentuados. Note o caso da Hilux, que chega a impor uma valorização de R$ 8 mil frente ao valor tradicional se estiver com o hodômetro com metade da km esperada. 

“Dá para concluir que quando o seminovo é somente um pouco menos rodado do que o esperado, a diferença de preços praticamente é marginal. Porém, caso essa quilometragem seja realmente baixa, a diferença torna-se expressiva. No caso do Onix, por exemplo, ele chega a valer mais de 7% acima”, conclui o executivo.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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