Descubra como foi criado o F-TYPE Project 7, o carro mais potente da Jaguar

 Projeto do designer brasileiro César Pieri, que conversou com o Garagem 360 em São Paulo, é a fusão dos consagrados F-TYPE e D-TYPE

O Jaguar F-TYPE Project 7, o carro mais potente já produzido pela montadora britânica, nasceu de forma despretensiosa das mãos do designer brasileiro César Pieri. Era o final da tarde de uma sexta-feira. Com o trabalho adiantado, Pieri começou a desenhar o que ele imaginava ser a fusão perfeita entre o icônico D-TYPE e o moderno F-TYPE. “Isso não vai acontecer nunca”, pensou, logo após terminar o primeiro rascunho.

O designer, então, colocou seu desenho na gaveta e foi embora, sem mostrá-lo para ninguém. Meses depois, durante uma reunião com toda a equipe de designer da Jaguar, ele estava mostrando alguns projetos e, “sem querer”, surgiu o sketch que havia feito. “A reunião acabou ali. O Ian [Callum, diretor de design da Jaguar] ficou encantado e resolveu que iria levar para a diretoria. Ele me deu duas semanas para desenvolver o projeto”, relembra.

Primeiro desenho do F-TYPE Project 7
Primeiro desenho do F-TYPE Project 7

Tendo como base o atual F-TYPE, Pieri refinou algumas linhas para lembrar as característica do antigo D-TYPE, produzido entre 1954 e 1957 e vencedor de três edições das 24 horas de Le Mans. As mudanças mais significativas envolviam um novo para-choque com entrada de ar mais agressiva, redesign da grade frontal, saias laterais aerodinâmicas, redução do para-brisa e a instalação de uma capota traseira e de um santo-antônio aerodinâmico – este último item é o que mais lembra o D-TYPE original.

O design final do F-TYPE Project 7 foi levado para avaliação da diretoria da marca britânica. “Foi incrível quando recebi a notícia que havia sido aprovado. Foi a primeira vez na história da Jaguar que um sketch virou um projeto. Normalmente, desenvolvemos de acordo com as necessidades do marketing e da engenharia. O F-TYPE Project 7 é a celebração do design da Jaguar”, comemora Pieri.

Com o sinal verde da diretoria, começou o trabalho de desenvolvimento do carro conceito. E o tempo era curto. O objetivo era entregar a primeira versão em apenas quatro meses, para ser apresentado durante o Goodwood Festival of Speed de 2013. A pedido da engenharia, o carro teve pequenas alterações, como um ajuste mais adequado do para-brisa e o aerofólio traseiro.

César Pieri, designer da Jaguar
César Pieri, designer da Jaguar

Tecnologia

Não era somente na aparência que o F-TYPE Project 7 deveria lembrar o campeão D-TYPE. A equipe da Jaguar aproveitou o projeto para colocar em prática os mais modernos recursos disponíveis para um poderoso superesportivo. “Tudo o que a engenharia queria testar, ela colocou nesse carro”, conta Pieri. E, assim, o Project 7 ganhou um motor 5.0 supercharged V8 à gasolina que gera 575 cv de potência e torque de 69,34 kgfm. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 3,9 segundos.

Para a apresentação no festival do Goodwood, o carro ganhou as cores e os elementos gráficos que marcaram o D-TYPE. O resultado foi um sucesso e a Jaguar decidiu elevar ainda mais o status do automóvel. Aquele desenho despretensioso feito pelo designer brasileiro se tornaria agora o carro de série mais potente da história da marca.

Ter uma preciosidade dessa, no entanto, será privilégio de pouquíssimos afortunados. É que serão produzidas apenas 250 unidades. A primeira delas deverá ser entregue em meados deste ano, e não há previsão de lançamento no Brasil. O preço do F-TYPE Project 7 não foi informado, mas certamente será maior que o do F-TYPE, que custa entre R$ 426 mil e R$ 608 mil.

Em detalhes

O F-TYPE Project 7 é o primeiro lançamento da equipe da divisão de operações especiais da Jaguar Land Rover. Para garantir a segurança, o modelo conta com um limitador de velocidade eletrônico a 300 km/h. Com carroceria inteiramente em alumínio, tem peso total de 1.585 quilos, teto removível e porta-malas de 196 litros. Ele conta ainda com tração traseira, transmissão automática de oito velocidades e a segunda geração do sistema de diferencial eletrônico (EAD).

Antes um opcional no modelo F-TYPE Coupé R, os freios de cerâmica e carbono são itens de série no novo veículo. Os discos dianteiros medem 398 mm e os traseiros 380 mm. Eles são acompanhados de seis e quatro pistões, respectivamente. Para garantir frenagens mais seguras, o sistema aplica um pequena pressão nos freios assim que o acelerador é liberado. As rodas são aro 20 na cor preta e calçadas por pneus esportivos de alta performance Continental ForceContact.

A dirigibilidade é garantida com o Torque Vectoring by Braking (TVdB). Para ajustar o traçado do carro, o sistema aplica forças de frenagem individualmente em cada uma das rodas e trabalha em conjunto com o diferencial ativo eletrônico e com o controle dinâmico de estabilidade.

A esportividade pode ser sentida também no som emitido pelo motor. Os escapamentos esportivos, com ponteiras pretas de cerâmica, têm aberturas que podem ser reguladas eletronicamente. Isso permite alterar o caminho percorrido pelos gases e gerar um som mais ou menos esportivo.

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