Com o constante aumento de preços dos veículos, a tendência é que o valor do IPVA 2023 seja maior do que o IPVA 2022; entenda os motivos.
IPVA 2023: tributo deve continuar em alta
Desde 2021 os proprietários de veículos tiveram que lidar com um aumento incomum no preço do IPVA, o Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor.
No entanto, estimativas apontam que o valor do IPVA 2023 deverá ser ainda maior, uma vez que o constante aumento de preços dos automóveis é crucial para o cálculo do tributo.
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Para entender o motivo do aumento do tributo, é preciso saber como ele é calculado. Nesse caso, o valor do imposto é defino pelo preço venal do veículo.
Para o ano de 2023, o valor a ser considerado para cálculo será o registrado em setembro de 2022, que em seguida é multiplicado pelo percentual da alíquota do veículo no estado.
Dessa forma, com o constante aumento de preços dos automóveis, sejam eles os 0 km, bem como os usados e seminovos, a tendência é que o imposto também aumente.
Para método de comparação, estimativas apontam que entre janeiro a dezembro de 2021, a média de preço dos veículos seminovos, de 1 a 3 anos de uso aumentou 23,5%.
Já durante 2022, os modelos permanecem com aumentos de em média 7%. Ou seja, o que já havia registrado valor anormal anteriormente, continua com preços elevados.
Como exemplo, em São Paulo, a alíquota do imposto para automóveis é de 4%. Logo, o preço do IPVA 2023 de um Volkswagen Gol 1.0 MI Total Flex 8V 4 portas 2015, que durante o mês de setembro de 2022 tem preço base de R$ 41.221, na Tabela Fipe, será de R$ 1.648,84.
No entanto, em setembro de 2021, o mesmo modelo tinha preço base de R$ 31.801. Dessa forma, o valor do IPVA 2022 para o hatch foi de R$ 1.272,04. No comparativo entre os tributos anuais, o IPVA 2023 tem a tendência de ser até R$ 376,80 mais caro para o caso do veículo usado no exemplo.
Para o cálculo considera-se o preço do automóvel no mês de setembro do ano anterior x a alíquota praticada no estado (R$ 41.221 x 4% = R$ 1.648,84)
Como funciona a Tabela Fipe
A tabela Fipe é a principal referência no mercado brasileiro de carros usados e seminovos, além de funcionar na prática como um balizador de contratos e seguros automotivos.
Consultando a tabela, o comprador e o vendedor sabem o preço médio de um carro/moto usado ou seminovo, levando em consideração alguns fatores como marca, ano e modelo do veículo.
A Fipe é atualizada todo mês após uma ampla pesquisa de mercado, garantindo que esteja sempre em dia. Acesse a tabela agora clicando aqui!
O aumento de preços dos automóveis
A tendência comum é que com o passar dos anos, o preço dos automóveis caia conforme desvalorização natural do produto. No entanto, a pandemia foi responsável por mudar fortemente a economia, e a indústria automotiva não escapou.
Desde o início de 2020, o mercado brasileiro de automóveis teve que lidar com uma situação atípica. Inicialmente, o fenômeno a afetar as cotações dos automóveis foi a falta de alguns componentes nas linhas de montagem. Como consequência, as montadoras priorizaram a fabricação de modelos mais caros, restringindo os mais acessíveis.
Nesse caso, os carros que eram considerados mais baratos, tiveram forte reajuste de preço, algo que desestimulou a aquisição dos veículos de categorias mais acessíveis. O resultado foi a supervalorização dos usados, que acabaram acompanhando as altas dos modelos novos e ganharam ainda mais destaque.
Ou seja, quem queria comprar um 0 km desde março de 2020 tinha que pagar um valor elevado, além de ter que enfrentar meses de espera até receber o novo modelo. A saída foi partir para o mercado de seminovos e usados, que com a maior procura, seguiu a elevação de preços.