“Derretimento de peças por calor é improvável”, afirma engenheiro

Guilherme Wolf Lebrão, especialista em polímeros, comenta episódio ocorrido na Itália

No início deste mês, um carro foi flagrado com algumas peças derretendo na cidade de Caorle, ao norte da Itália. Consultado pelo Garagem 360 para comentar o vídeo do ocorrido, Guilherme Wolf Lebrão, professor do curso de engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, espantou a possibilidade de o fato se repetir com frequência.

Especialista em disciplinas ligadas à polímeros, o profissional explica que o episódio italiano trata-se de um fato isolado. “Praticamente não há como isso acontecer com peças originais, que são testadas exaustivamente pelas companhias, e resistem a temperaturas de 150 ºC, 200 ºC…”, afirma.

Questionado então sobre as razões de as peças aparecerem derretendo, ele disse desconfiar da adição de componentes que teriam diminuído o ponto de fusão dos materiais e da própria autenticidade dos itens que sofreram danos. “Não há como sabermos se houve a adição de algum solvente ou óleo que possam ter potencializado os efeitos do sol”, comenta.

Peças do carro podem envelhecer por causa da temperatura |Foto: Morguefile

Segundo o site do tablóide britânico Daily Mail, os termômetros italianos marcavam 37ºC quando o automóvel começou a entrar em estado de decomposição. Por mais que o número impressione, ele ainda é baixo se comparado aos níveis de calor registrados em cidades como Dubai, Abu Dhabi (nos Emirados Árabes Unidos) e a capital do Rio de Janeiro.

 Não derrete, envelhece

Apesar de rechaçar a possibilidade de derretimento, Lebrão lembra que os materiais têm vida útil e que podem durar mais se conservados da maneira correta. De acordo com ele, expor um automóvel durante dias a condições climáticas variantes e extremas causam o envelhecimento das peças.

“O ideal é guardar o carro em local coberto, fazer o uso de polimentos para rejuvenescer a pintura e hidratar os bancos, entre outras medidas”, indica o especialista. Sem isso, os materiais do carro certamente sofrerão com as mudanças do tempo e com os componentes de poluição presentes no ar.

 

Escrito por

Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.

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