Defeito de fabricação em carro já causou a morte de centenas de pessoas

Mesmo após lançado e submetido a vários testes, um carro ainda podem apresentar pequenos defeitos de fabricação, como esse há nove anos.

Mesmo após lançado e submetido a vários testes de segurança, a realidade é que um carro ainda pode apresentar pequenos defeitos de fabricação.

No entanto, o que não se espera é a ocorrência de problemas graves como o exemplo a seguir.

Defeitos de fabricação podem resultar em fatalidades no trânsito (Foto: wirestock/Freepik)

Falha grave em carro nos Estados Unidos

Um dos casos de recall mais emblemáticos dos últimos anos aconteceu nos Estados Unidos, com modelos da General Motors (GM), em 2014.

Naquele ano, a montadora confirmou problemas de fabricação nas peças de ignição de seus veículos com fabricação desde 2001 em modelos como Chevrolet Cobalt, Pontiac Pursuit, Solstice, Satrun Sky, Saturn Ions e HHRs.

Todos os modelos eram vendidos nos Estados Unidos ou no Canadá e devido ao defeito na ignição faziam os carros desligarem em movimento, impedindo o funcionamento dos sistemas de frenagens e airbags em acidentes.

De acordo com as explicações da montadora, as chaves teriam um peso maior do que o recomendado e o adicionamento de chaveiros a elas, potencializavam ainda mais o problema.

O megarecall convocou 2,6 milhões de carros com propensão ao mal funcionamento. Em 2018, a Nissan convocou recall no Brasil por problema parecido, porém em menor gravidade.

Problema na chave de ignição aterrorizava sobretudo motoristas inexperientes (Foto: Freepik)

Resultado trágico

O resultado do problema só poderia ser trágico. Segundo fontes oficiais, o defeito resultou em pelo menos 97 mortes.

A GM assumiu ”incompetência e negligência” na época, e como era de se esperar, iniciou o processo de indenização de todas as famílias da vítimas afetadas pelo problema por responsabilidade da montadora.

Além disso, a multinacional anunciou a demissão de 15 funcionários, entre executivos e sênior, responsabilizados pelo fato, os submetendo inclusive, a ações cíveis e criminais. No entanto, a GM não divulgou os nomes dos culpados.

Repercussão

Apesar das ações de contenção dos danos há nove anos, a GM foi muito criticada pela demora em agir nesse caso, visto que o primeiro problema relaciona a ignição foi relatado em um carro, ainda em 2001.

Inicialmente, ainda em 2014 a GM adotou cautela para não criar alarde sobre o número de vítimas oriundas do problema de fabricação.

No entanto, após grande repercussão na mídia e aprofundamento nas investigações chegou-se ao total de 97 mortos afetados pelo sistema defeituoso da GM.

O perfil das pessoas mais afetadas pela falha da montadora foram os jovens americanos, principal público do Chevrolet Cobalt e Saturn Ion.

Megarecall em 2014 foi um dos pontos baixos da história da GM (Foto: Patricia Beck)

Escrito por

Gervásio Henrique

Jornalista com maior experiência profissional no setor automotivo. Atualmente redator do Grupo Gridmidia com foco no portal Garagem360. Temas como: mobilidade, serviços e setor de caminhões estão entre as preferências.

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