Custa mais de R$ 270 encher o tanque destes carros populares

Pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, divulgada nesta semana, mostrou que os altos custos com combustível são a terceira principal barreira para compra de um veículo no Brasil – o fator só não é maior do que o próprio preço de aquisição do veículo e das taxas de juros do financiamento. Não sem motivo: encher o tanque de carros populares custa mais de R$ 270.

Saiba o quanto custa encher o tanque de cada um destes carros populares

Na terça-feira (28), o governo federal anunciou a volta dos tributos federais que incidem sobre os preços dos combustíveis. Aplicados sobre os valores do mais recente levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), neste início do mês de março o preço da gasolina vai para R$ 5,42, em média, e do etanol, para R$ 3,81.

O valor para encher um tanque de combustível, acima de R$ 270, representa mais de 20% do salário mínimo hoje vigente no País, que é de R$ 1.302. Somando-se ao fato de que os modelos mais baratos do mercado têm preços acima dos R$ 70 mil, conclui-se que a expressão “carros populares” está sendo muito mal empregada pelo mercado automotivo.

Se você pretende comprar um carro novo, veja a seguir o quanto custa, em março de 2023, encher o tanque dos cinco modelos hatches mais vendidos no mercado brasileiro e prepare o bolso!

5- Renault Kwid – R$ 206,00

O Renault Kwid é o quinto hatch mais vendido neste início de ano. Nos dois primeiros meses de 2023 foram vendidas 15.251 unidades do subcompacto, um dos mais baratos do País. O modelo tem, de longe, a menor capacidade de combustível da lista: são apenas 38 litros. Para ir do totalmente vazio para o completamente cheio, gasta-se, em média, R$ 206,00 com gasolina e R$ 144,80 com etanol.

O consumo de combustível do Kwid na estrada é de 15,7 km/l (gasolina) e 11 km/l (etanol). Dessa forma, autonomia é de 597 km e 418 km, respectivamente.

4- Chevrolet Onix – R$ 238,50

Segundo hatch mais vendido em 2023, com 22.990 unidades, o Chevrolet Onix vem com um tanque de combustível com capacidade para 44 litros. Para preenchê-lo totalmente é preciso gastar, em média, R$ 238,50 e R$ 167,60.

A média de consumo em regime rodoviário da versão equipada com motor 1.0 turbo, segundo dados do Inmetro, é de 11,2 km/l (etanol) e de 16 km/l (gasolina), o que faz com que a autonomia máxima seja, respectivamente, de 493 km e 704 km. 

3- Fiat Mobi – R$ 254,70

O compacto Fiat Mobi ficou em terceiro entre os hatches mais vendidos no primeiro bimestre do ano, sendo registrados 19.236 emplacamentos no período. O modelo tem um tanque que acomoda 47 litros de combustível. Para completar o tanque são necessários R$ 254,70, com gasolina, ou R$ 179,10, com álcool.

As médias de consumo rodoviário do Mobi são de 15 km/l (gasolina) e 10,4 km/l (etanol), resultando numa autonomia máxima de 705 km e 494 km, respectivamente.

2- Fiat Argo – R$ 254,70

Apesar do seu porte maior, o Fiat Argo tem um tanque de volume idêntico ao do Mobi, daí ter os mesmos valores para o abastecimento completo: R$ 254,70, com gasolina, e R$ 179,10, com álcool. O carro ficou em quarto lugar na lista dos mais vendidos na soma dos dois primeiros meses do ano, com 15.617 unidades.

Na versão com o motor, Firefly 1.0, o Argo apresenta médias de consumo de de 15 km/l (gasolina) e de 10,5 km/l (etanol). A autonomia é quase a mesma do integrante menor da família Fiat: 705 km e 494 km.

1- Hyundai HB20 – R$ 271,00

O carro que exige mais dinheiro para ter o seu tanque completo é exatamente o hatch mais vendido no primeiro bimestre de 2023: o Hyundai HB20 (25.263 unidades). Isto porque o seu tanque de combustível tem capacidade para 50 litros, demandando R$ 271,00 para ser preenchido com gasolina e R$ 190,50, com etanol.

Na versão equipada com o motor Kappa 1.0 turbo, o HB20 faz uma média de 15,1 km/l com gasolina e 10,9 km/l com etanol. A autonomia é destacadamente a maior entre os modelos: 755 km e 545 km, respectivamente.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.