A indústria automotiva está sempre em busca de inovações que melhorem o desempenho, a eficiência e a durabilidade dos componentes. Uma dessas inovações é a correia dentada banhada a óleo, uma tecnologia que, embora não seja novidade, tem gerado muitas dúvidas e debates entre proprietários e mecânicos.
Diferente das correias tradicionais, que operam a seco, essa versão trabalha imersa no óleo do motor, prometendo alguns benefícios, mas também exigindo cuidados específicos. Mas, afinal, a correia dentada banhada a óleo é ruim? A resposta não é um simples sim ou não.
Prós da Correia Dentada Banhada a Óleo
A correia dentada banhada a óleo possui suas vantagens e desvantagens, e entender cada uma delas é crucial para quem tem ou pensa em adquirir um veículo com essa tecnologia.
Redução de Atrito e Ruído: Por trabalhar imersa no óleo, a correia tem o atrito drasticamente reduzido, o que minimiza o ruído gerado durante seu funcionamento. Isso contribui para um motor mais silencioso e um conforto maior ao dirigir.
Maior Durabilidade e Menor Manutenção (em teoria): O ambiente oleoso protege a correia do ressecamento e do desgaste por atrito direto, o que, em tese, a torna mais durável do que as correias secas. Fabricantes costumam estipular prazos de troca mais longos para essas correias, geralmente acima de 100.000 km ou 10 anos.
Otimização do Espaço: A imersão em óleo permite que a correia seja mais estreita e compacta, liberando espaço no motor para outros componentes ou para um design mais enxuto.
Redução de Emissões: O menor atrito e o funcionamento mais suave contribuem para uma leve melhora na eficiência do motor, o que pode resultar em uma pequena redução nas emissões de poluentes.
Correia dentada banhada a óleo – Foto: divulgação
Contras da Correia Dentada Banhada a Óleo
Sensibilidade ao Tipo de Óleo: Este é, talvez, o ponto mais crítico. A correia banhada a óleo é extremamente sensível ao tipo e à qualidade do lubrificante. O uso de um óleo fora das especificações do fabricante (viscosidade errada, falta de aditivos específicos, ou que não seja 100% sintético) pode acelerar a degradação da correia, causando seu inchamento, desintegração e, em casos graves, a quebra.
Contaminação do Óleo: Com o tempo, a degradação natural do material da correia pode liberar partículas no óleo do motor. Essas partículas, se não forem filtradas eficientemente, podem entupir pescadores de óleo, danificar bombas de óleo e até mesmo prejudicar outros componentes internos do motor.
Custo de Reparo Elevado: Em caso de falha, a substituição da correia banhada a óleo e a limpeza de todo o sistema de lubrificação para remover resíduos podem ser operações mais complexas e, consequentemente, mais caras do que a troca de uma correia a seco.
Risco de Falha Catastrófica: Assim como nas correias a seco, a quebra de uma correia dentada (bombeada ou não) pode causar sérios danos ao motor, como empenamento de válvulas e danos aos pistões, resultando em um reparo extremamente caro.
Correia dentada banhada a óleo – Foto: divulgação
A Importância da Manutenção Correta
Para quem tem um veículo com correia dentada banhada a óleo, a palavra-chave é manutenção rigorosa. Seguir à risca as recomendações do fabricante sobre o tipo de óleo, o intervalo de troca e a qualidade do filtro de óleo é fundamental para garantir a longevidade da correia e a saúde do motor. Negligenciar esses pontos pode transformar o que seria uma tecnologia de ponta em uma dor de cabeça cara.
Em resumo, a correia dentada banhada a óleo não é intrinsecamente “ruim”, mas exige um nível de atenção e cuidado que muitos proprietários talvez não estejam acostumados.
É uma tecnologia que, quando bem mantida, oferece benefícios. No entanto, sua sensibilidade a lubrificantes inadequados e o potencial de danos em caso de falha exigem que o motorista esteja sempre atento às especificações do seu veículo.
Você tem ou já teve um carro com correia dentada banhada a óleo? Conte sua experiência e compartilhe suas dúvidas nos comentários!
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.