Ativa e passiva: conheça os tipos de segurança veicular
Tão importante quanto a potência e um belo design, é a capacidade que um veículo tem para proteger quem está na parte de dentro em casos de acidentes. Atualmente, os carros contam com uma série de recursos tecnológicos que aumentam a segurança e também minimizam danos. Segundo o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), existem dois tipos de recursos para proteção que acabam se complementando: passivos e ativos.
Segurança ativa
Como explica Alessandro Rubio, coordenador técnico do Cesvi, os chamados itens de segurança ativa são instalados nos automóveis com o propósito de ajudar a evitar acidentes. Entre eles está o freio ABS (sistema antibloqueio dos freios, do inglês Anti-lock Breaking System), obrigatório no Brasil desde 2014. “Ele evita que o veículo derrape em caso de frenagens bruscas, não permitindo que as rodas patinem e haja perda de direção”, explica.
Outro item importante é o sistema de Distribuição Eletrônica de Frenagem (EBD). Atuando em conjunto com o ABS, sua função é proporcionar mais segurança e eficiência, já que a força de frenagem é distribuída individualmente nas rodas conforme o grau de aderência e a necessidade. Por enquanto, o equipamento não é obrigatório no País, e está presente apenas em alguns modelos.
Exigido nos Estados Unidos e na Europa, o Sistema de Controle de Estabilidade (ESC) também é fundamental para a segurança no trânsito. A tecnologia ajuda a direcionar o veículo para o lado desejado e aumenta o controle durante frenagens bruscas. Apesar de ainda não estar disponível em todos os carros zero quilômetro fabricados por aqui, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) elaborou um parecer técnico sobre a sua aplicação, que, inclusive, já foi aprovada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e agora encontra-se para deliberação junto ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A PROTESTE Associação de Consumidores também tem atuado nesta questão desde o ano passado.
Caso seja aprovada a obrigatoriedade, a AEA informa que as montadoras que atuam no mercado brasileiro deverão ter um prazo de cinco a sete anos para adaptar 100% de seus modelos. Para a entidade, as principais dificuldades que a adoção da tecnologia enfrenta estão relacionadas aos testes feitos em pistas de gelo (apenas durante o inverno) e a necessidade de drásticas mudanças nos carros que não são compatíveis com as exigências.
Ainda quando se trata de segurança ativa, muitos dos automóveis encontrados por aqui contam com sistemas adicionais como aviso de saída de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito, aviso de distância segura e detecção de cansaço.
Segurança passiva
No caso dos itens de segurança passiva, o Cesvi Brasil relata que são aqueles que entram em ação para proteger os passageiros em casos em que o acidente é inevitável. “Alguns são obrigatórios como os airbags frontais, os cintos de segurança de três pontos, os apoios de cabeça nos bancos dianteiros e traseiros e até as válvulas bloqueadoras de combustível e as colunas de direção deformáveis”, pontua Rubio.
Atualmente, existem vários equipamentos desta categoria comercializados como opcionais. No entanto, de acordo com o especialista, o motorista não deve encará-los como um gasto. “Muita gente não opta por certos itens por serem considerados caros e implicar em uma parcela mais alta no final do mês. Porém, pagar mais por segurança não é gasto, é investimento. Vale a pena”, finaliza.