Conheça os diferentes tipos de óleo

Na hora de trocar o óleo do motor, é preciso ficar atento para não cair em ciladas, ou seja, acabar escolhendo o produto mais caro só porque algum “espertinho” indicou – e com o intuito de ganhar dinheiro as suas custas. O ideal, nestas situações, é optar por aquele que é o mais recomendado para o carro que você possui, independentemente do preço.

Cada motor se comporta melhor com um tipo de óleo (Foto: Divulgação)

Mas, antes de mais nada, você deve saber que os óleos são vitais para o bom funcionamento do automóvel, pois eles lubrificam os componentes móveis do propulsor com o objetivo de reduzir o atrito e o calor gerado pelas peças. Portanto, rodar com o “óleo baixo” é altamente prejudicial, pois o motor passa a trabalhar sob temperaturas acima das sugeridas e pode acabar fundindo.

Tendo isso em mente, é hora de escolher. Para isso, você deve consultar o Manual do Proprietário do carro. Lá constam todas as informações necessárias, incusive a periodicidade da troca. Também é importante conhecer os tipos disponíveis no mercado: mineral, sintético ou semissintético.

“A diferença entre eles está no processo de obtenção dos óleos básicos. o primeiro é o mais simples, e também o mais barato, e produzido a partir do refinamento do petróleo. O sintético é obtido a partir de processos petroquímicos, e o semissintético é uma síntese das melhores propriedades dos dois tipos anteriores, tanto em preço quanto em qualidade”, explica Henrique Basílio Pereira, engenheiro mecânico e membro da comissão técnica de motores Ciclo Otto da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil).

Sabendo desta informações, certamente você deve estar pensando: “Mas qual é o mais eficaz?”. Pois bem, de acordo com Pereira, o sintético leva vantagem. “A princípio, ele é melhor que o mineral devido a sua resistência ao envelhecimento”, afirma. No entanto, ele ressalta que isso não significa que o mineral é ruim. “Depende muito com qual óleo o motor foi desenvolvido e validado. O importante para o usuário é sempre utilizar no motor o tipo recomendado pelo fabricante do automóvel”, afirma.

Aditivos

E quanto ao aditivado, qual a melhor escolha? Para tirar essa dúvida, é necessário entender que estes complementos podem ser detergentes, antioxidantes, passivadores de metais, antiespumantes, anticorrosivos e modificadores de atrito, entre outros, e ajudam o óleo a realizar outras funções além da principal, que é lubrificar o motor.

“Os aditivos dão aos lubrificantes características especiais para fazer com que cumpram com o seu objetivo de manter os componentes lubrificados, a fim de minimizar ao máximo o desgaste do motor”, explica Pereira. Para saber qual o melhor para o seu veículo, mais uma vez consulte o manual do proprietário.

Entendendo a nomenclatura

Indicação “10W40” no canto inferior direito da embalagem (Foto: Thiemo Schuff/Wikimedia)

A classificação de cada produto é dada pela Sociedade dos Engenheiros de Mobilidade Internacional de acordo com os níveis de viscosidade apresentados. Eles são divididos em dois grupos: verão e inverno (identificado pela letra W), conforme sua resistência a temperaturas altas e baixas, respectivamente. Em seguida vem o número que categoriza o nível de viscosidade do óleo – quanto maior, mais viscoso. Exemplos:

SAE 10W – Nível de viscosidade “10” em baixas temperaturas.

SAE 30 – Nível de viscosidade “30” em altas temperaturas

Além disso, há os óleos multiviscosos, que contemplam resistências à baixas e altas temperaturas. Por atender ambas as exigências, eles possuem um desempenho maior. Em suma, eles unem propriedades de dois óleos em um só produto. Exemplos:

SAE 10W30 – Nível de viscosidade “10” para baixas temperaturas e “30” para altas temperaturas.

Vale ficar de olho também na sigla de duas letras que vêm na embalagem do produto. Ela refere-se à norma criada pelo Instituto Americano de Petróleo (API) para classificar o desempenho do óleo. O nível, para motores movidos a álcool ou gasolina, é identificado pela letra S e em seguida alguma outra letra também em caixa alta. Ou seja: SA, SB, SC, SD e por aí vai.

Essa segunda letra refere-se basicamente a modernidade do motor. Quanto menor a vogal, mais antigo é o produto e menos indicado ele é para um carro recente. Lubrificantes SA, SB, SC e SD já não são mais comercializados por não terem mais uso prático, já que eram melhores utilizados em carros de quase quatro décadas atrás. Atualmente a versão mais moderna dos óleos lubrificantes é a SL, que pode ser empregada em qualquer automóvel.

LEIA MAIS: Saiba a hora certa de trocar o óleo do motor e a água do radiador

Escrito por

Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.

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